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Macron parabeniza primeiro-ministro do Reino Unido: 'Cooperação para a paz'

Keir Starmer, novo primeiro-ministro do Reino Unido Imagem: REUTERS/Suzanne Plunkett/File Photo

05/07/2024 07h42Atualizada em 05/07/2024 09h10

Líderes mundiais parabenizaram a vitória de Keir Starmer, novo primeiro-ministro eleito no Reino Unido, na manhã desta sexta-feira (5).

O que aconteceu

"Cooperação bilateral vai continuar", afirmou Emmanuel Macron. Em publicação nas redes sociais, o presidente francês afirmou que o trabalho dos países é se unir para "paz e segurança na Europa".

"Parceria construtiva", diz Ursula von der Leyen. A presidente da União Europeia também citou a segurança como um dos pilares de colaboração entre o órgão, e o país que deixou o bloco oficialmente em 2020.

"Vamos construir um futuro mais progressivo e justo para pessoas dos dois lados do Atlântico", afirmou Justin Trudeau. O premier do Canadá classificou a vitória como "histórica".

Presidente Lula deseja "ótimo mandato". Também nas redes sociais, Lula publicou uma foto ao lado de Starmer afirmando que deseja o "fortalecimento dos laços diplomáticos" entre os dois países.

Após reconhecer derrota, Rishi Sunak informou que também vai deixar a liderança do partido conservador. Após reconhecer vitória do adversário, atual primeiro-ministro pediu desculpas e afirmou que "é importante que Partido Conservador se reconstrua".

Quem é Keir Starmer

Keir Starmer e a esposa Victoria; juntos, eles têm dois filhos: um menino e uma menina adolescentes Imagem: Suzanne Plunkett/Reuters

Foi procurador-geral da Inglaterra e do País de Gales. Filho de um operário e uma enfermeira que também apoiavam os Trabalhistas, Keir Starmer tem 61 anos e nasceu em Londres, mas foi criado em Oxted, no sudeste da Inglaterra. Formado em direito pela Universidade de Leeds, entrou tarde na política: foi eleito deputado apenas em 2015 e substituiu Jeremy Corbyn à frente dos Trabalhistas em 2020. Desde então, tem insistido em aproximar o partido das posições de centro.

É um grande fã de futebol e torcedor do Arsenal. Starmer é casado com Victoria Alexander — conhecida como Lady Vic entre os Trabalhistas — desde 2007 e tem dois filhos, um menino e uma menina, ambos adolescentes. Em junho, em entrevista à Sky News, ele disse ter receio do impacto que a eleição para primeiro-ministro poderia causar a sua família. "Eles estão numa idade difícil", explicou, acrescentando que ainda não apareceu ao lado dos filhos em público para "protegê-los".

Durante a campanha eleitoral, definiu seis prioridades. Starmer prometeu estabilidade econômica, redução da fila de espera no NHS, reforço da polícia, nova política energética, abertura de cargos para professores e criação de um centro de comando para aumentar a segurança das fronteiras. Quando questionado sobre como gostaria de ser lembrado, respondeu: "Como alguém que teve um governo trabalhista ousado e reformista. Como um grande pai e amigo".

Detesto perder, principalmente no futebol e na política. Jogo futebol toda semana, no meio do campo, comandando. Muita gente fala que o importante é participar. Não sou dessa opinião. O que importa é vencer.
Keir Starmer, ao The Guardian, em agosto de 2023

Herança do antecessor

Economia britânica vem patinando desde o Brexit, em 2016. O principal argumento dos Conservadores era de que, com o Brexit, o Reino Unido estaria livre das amarras da UE e poderia fechar acordos comerciais com outros países. Na prática, aconteceu o contrário: os custos de vida e dos negócios subiram, a burocracia aumentou e a parte da mão de obra estrangeira deixou o país. Em 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) britânico cresceu 1,6%, de acordo com dados oficiais; em 2023, a expansão foi de 0,1%.

Estado crítico dos serviços é visto como herança conservadora. Os trabalhadores perderam o poder de compra, as listas de espera do NHS — equivalente ao SUS brasileiro — estão ficando mais longas e há cada vez mais vagas não preenchidas. Desde 2022, houve uma greve atrás da outra em todos os setores do Reino Unido, sem nenhum resultado satisfatório para os sindicatos. Não à toa, segundo a RFI, os eleitores veem a saúde e a educação como as questões mais importantes dessas eleições gerais.

Convocação das eleições foi 'desespero', diz professor. Klaus Guimarães Dalgaard, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), lembrou que os próprios Conservadores tinham como certa a realização das eleições no outono no Hemisfério Norte — isto é, entre setembro e novembro —, na expectativa de que Sunak teria números melhores para apresentar à população. Como o prognóstico era ruim, o anúncio foi antecipado para maio. A estratégia não deu certo, e o atual premiê foi derrotado nas urnas.

O fato é que o Brexit tem sido um desastre econômico, e os britânicos estão sentindo isso na pele. O Estado está falido, com queda na arrecadação todo ano. Não tem dinheiro para nada - e até por isso tem cortado gastos sociais. A economia está absolutamente um desastre. É isso que tem levado a essa enorme queda de apoio do Partido Conservador.
Klaus Dalgaard, da UFSC

(Com AFP e RFI)

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