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Atentado contra Trump: 2024 parece um remake de 1968

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Josette Goulart

Da TixaNews

15/07/2024 10h23Atualizada em 15/07/2024 10h23

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Voltamos a 1968. Os roteiristas de Estados Unidos não são tão criativos como os nossos, que gostam de um nunca antes na história. Por lá, a sensação é que tudo já aconteceu. Talvez seja essa coisa Hollywood dos americanos. O fato é que 2024 está parecido demais com um remake de 1968. Com assim, Tixa?

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Vamos lá. O presidente era o democrata Lyndon Johnson e ele estava sendo pressionado a não concorrer à reeleição por conta do rolê da Guerra do Vietnã. Já ouviram algo assim de o presidente não ser candidato à reeleição, em 2024? O Johnson no fim desistiu. Sim. E deixou seu vice concorrer. No fim, os democratas perderam e quem ganhou foi Richard Nixon, republicano.

O período de 1968 também foi marcado por muito distúrbio: conflitos raciais, tumultos nas cidades e por fim os assassinatos do Rev. Dr. Martin Luther King Jr. e Robert F. Kennedy (Não confunda com o presidente John Kennedy, que também foi assassinado). A violência política está aí.

Nota. A propósito, tem um candidato correndo por fora nas eleições americanas deste ano que se chama Robert F. Kennedy e, sim, é parente dos Kennedy tudo. Mas como os Estados Unidos só possuem dois partidos, Democratas e Republicanos, seria surpresa se um candidato independente ganhasse. Tanto que as pesquisas são publicadas com e sem o Kennedy. Kennedy tem hoje menos de 10% de intenção de voto.

Violência política

Os números sobre como os americanos pensam a violência política são meio chocantes, segundo reportagem do New York Times. Já começa que quase metade da população acha provável ou muito provável que aconteça uma guerra civil durante a sua vida. Cerca de 10% dos americanos disseram que a violência às vezes, ou sempre, é justificável para devolver Trump à presidência, e 21% disseram que é justificável para promover um objetivo político importante.

Trump quer botar fogo

Trump não quer saber de esfriar a campanha e já até disse em entrevistas que está reescrevendo o discurso que fará durante a convenção republicana que começa hoje e vai até mais para o fim da semana. Sim, BRASEW, a convenção vai seguir seu cronograma para desespero dos agentes que precisam garantir a segurança do ex-presidente.

O Serviço Secreto está sendo questionadíssimo depois do atentado de sábado. Como eles deixaram um atirador agir tão perto do comício de Trump? Até o Biden se viu obrigado a pedir uma investigação independente. O pessoal da MAGA, obviamente, está dizendo que a culpa é do Biden.

Para o Biden, restou ser presidencial e aparecer em um comunicado à Nação direto do Salão Oval. Ele implorou que a galera baixe a temperatura.

"Embora possamos discordar, não somos inimigos, somos vizinhos, somos amigos, colegas de trabalho, cidadãos e, o mais importante, somos compatriotas americanos. Temos que ficar juntos."

Só vai ser difícil conseguir um votinho.

Motivação

O FBI disse que o atirador, o tal Thomas Matthew Crooks, agiu sozinho e que até agora não encontraram nenhum indício de que tinha mais alguém co-conspirando. Eles também disseram que não surgiu nenhum indício da ideologia do assassino. A imprensa também já especula sobre um clube de atiradores que ele frequentava.

Sem sorte

E a maior gestora de investimentos do mundo que foi dragada para a história do assassino? Descobriu-se que o tal Thomas aparece em um anúncio de televisão da BlackRock, a maior firma de gestão de investimentos do mundo, que gera trilhões de dinheiros. A empresa disse que retirou o anúncio do ar, que foi filmado em 2022 na sala de aula do assassino.

De quem é a culpa

Na FoxNews, conhecida TV americana considerada conservadora, só se fala que a culpa é da imprensa e dos democratas, que passaram anos dizendo que Trump é uma ameaça à democracia e de que ele parece um nazista. Ou seja, os republicanos estão aos quatro ventos aproveitando a onda para emplacar a narrativa de que o culpado são "eles".

Aguardemos ansiosamente o discurso de Trump.

Para os perdidos

Trump foi alvo de um atirador durante um comício que fazia na Pensilvânia, no sábado. Uma pessoa na plateia foi atingida e morreu, Trump teve um ferimento na orelha (mas nada grave) e o atirador foi morto pelos agentes secretos.

Termino hoje com um interessante artigo de Jonathan Martin, um dos chefes do site Politico, que analisa como Trump conseguiu unir os republicanos e deixar os democratas em completa desordem.

Um trecho do artigo:

Em vez de passar o primeiro mandato de Biden determinando quem poderia bloquear o retorno de Trump, eles caminharam dormindo para o Armageddon. Os democratas agora estão tentando comprimir o que deveria ter sido uma conversa de três anos em três semanas, o verão da eleição. E eles estão falando em termos existenciais sobre o que está em jogo.

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