MP da Venezuela diz que oposição a Maduro tentou interferir nas eleições
Do UOL, em São Paulo
29/07/2024 15h00Atualizada em 29/07/2024 15h06
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou, nesta segunda-feira (29), a abertura de uma investigação contra a oposição ao presidente Nicolás Maduro. As informações são da agência de notícias Bloomberg.
O que aconteceu
Os oposicionistas, liderados por María Corina Machado, tentaram interferir nas eleições, segundo o chefe do MP.
Saab também cita outros dois nomes. "Junto com Lester Toledo aparece envolvido outro fugitivo da Justiça que lançou as piores ironias do submundo para dizer que não haveria eleições no dia 28 de julho. Por que ele disse isso? Refiro-me a Leopoldo López. E, obviamente, María Corina Machado está envolvida".
Os três seriam os "principais responsáveis". "Portanto, os procuradores estão reunindo todos os elementos para avançar nesta investigação sobre a tentativa de paralisar, adulterar os resultados eleitorais".
O anúncio aparece após o sistema eleitoral venezuelano supostamente sofrer um ataque, o que teria atrasado a divulgação do resultado. Segundo o procurador, o ataque partiu da Macedônia do Norte.
"Felizmente, essa ação foi interrompida, evitada", disse Saab. "Eles não queriam atrasar o anúncio dos resultados, mas sim adulterar os próprios registros de votação."
Maduro proclamado
O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde desta segunda-feira (29). A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.
Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".
Durante o discurso, o ditador afirmou também "que não haverá fraqueza" contra adversários. "Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada, e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação prevalecerão". Ele ainda disse que "estão tentando dar um golpe de Estado na Venezuela".
Citando o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Maduro relacionou o apoio de líderes internacionais à oposição nesta eleição ao apoio declarado a Juan Guaidó em 2019. "Toda a ultradireita fascista, [...] os mesmos grupos, dirigidos pelo império norte-americano, foram os que tentaram tirar o poder do povo na Venezuela".