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Forças Armadas da Venezuela declaram 'lealdade absoluta' a Maduro

Do UOL, em São Paulo

30/07/2024 12h50Atualizada em 30/07/2024 13h31

As Forças Armadas da Venezuela expressaram "lealdade absoluta e apoio incondicional" ao ditador Nicolás Maduro em meio a protestos da oposição contra a sua reeleição.

O que aconteceu

Ministro da Defesa, Vladimir Padrino, se referiu a Maduro como comandante-chefe das Forças Armadas. Em discurso na TV, Padrino disse que Maduro foi "legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo Poder Eleitoral para o período presidencial 2025-2031".

Ele também diz que o país enfrenta uma tentativa de golpe de Estado, "forjado novamente por fascistas da direita extremista apoiada pelo império norte-americano". As Forças Armadas são consideradas o principal apoio do governo venezuelano.

Segundo Padrino, a reeleição de Maduro é uma demonstração de civilidade feita pelo povo venezuelano. "Sem dúvida, esses atos terroristas de sabotagem são expressões de ódio e irracionalidade que fazem parte de um plano pré-concebido por grupos políticos que sabiam que estavam derrotados".

Ele ressaltou que a eleição foi acompanhada por mais de 900 observadores internacionais, o que seria uma prova da lisura das eleições. Mas lideranças internacionais questionam a vitória de Maduro. O governo brasileiro também não reconheceu o resultado e cobra a divulgação dos dados desagregados de cada uma das sessões para legitimar o pleito.

Uma das instituições independentes que monitorou as eleições na Venezuela cancelou a divulgação do relatório por falta de dados, apurou a CNN dos EUA. O Carter Center não teve acesso aos resultados da eleição por sessão, o que pode indicar fraude. O governo Maduro diz que o sistema de votação sofreu um ataque hacker.

Uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a falta de transparência nas eleições da Venezuela será realizada na quarta-feira (31). A solicitação foi feita após solicitação em nota conjunta de Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.

Protestos convocados pela oposição tomaram cidades da Venezuela e deixaram mortos. Os manifestantes exigem que os votos sejam contados, e estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra a oposição ao presidente Nicolás Maduro. Os oposicionistas, liderados por María Corina Machado, tentaram interferir nas eleições, segundo o chefe do MP.

Maduro proclamado presidente para 3º mandato

O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde da segunda-feira (29). O CNE anunciou que Maduro havia vencido com 51% dos votos com 80% dos votos apurados.

Proclamação ocorreu mesmo sem divulgação das atas da eleição. Processo eleitoral e a falta de transparência geraram dúvidas para a população, oposição e observadores internacionais. A OEA disse que não reconhece o resultado do pleito venezuelano sob a justificativa de que houve "vícios, ilegalidades e más práticas" durante o processo eleitoral.

María Corina Machado, líder do grupo, disse que a oposição "tem 73% das atas". "Com as atas que faltam, ainda que o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] desse 100% dos votos para Maduro, não chegam perto do Edmundo com o que já temos", declarou.

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