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Oposição contesta resultado e diz que atas provam derrota de Maduro

A oposição ao ditador Nicolás Maduro fez um pronunciamento na noite desta segunda-feira (29) para dizer que o candidato Edmundo González foi eleito presidente.

O que aconteceu

A líder do grupo, María Corina Machado, disse que a oposição "tem 73% das atas"."Com as atas que faltam, ainda que o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] desse 100% dos votos para Maduro, não chegam perto do Edmundo com o que já temos", declarou.

María afirmou que as atas serão disponibilizadas em um portal para qualquer venezuelano acessar.

Edmundo disse que a oposição pediu ao enviado especial do presidente Lula, Celso Amorim, que siga cobrando a divulgação das atas. O assessor especial se reuniu no final do dia com Maduro e voltou a pedir a divulgação dos dados de votação.

O candidato da oposição disse que ele ganhou em locais onde "nunca tínhamos ganhado". "Queremos que todos os venezuelanos que foram às urnas ontem sejam respeitados. [...] É fundamental que as autoridades respeitem essa vontade que foi expressa nas urnas. O anúncio prematuro de resultados que não foram auditados não pertence a uma liderança responsável".

Os oposicionistas ainda vão se reunir em assembleias na manhã de terça-feira (30). "Para mostrar ao mundo a força e a maioria que somos", disse Machado.

Edmundo também pediu calma aos manifestantes que protestam nas ruas contra Maduro. "Todas essas manifestações não contribuem para esse objetivo [de paz]. Há muita indignação, e isso nós compreendemos, mas temos que manter a calma".

Maduro proclamado

O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde desta segunda-feira (29). A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.

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Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".

Durante o discurso, o ditador afirmou também "que não haverá fraqueza" contra adversários. "Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada, e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação prevalecerão". Ele ainda disse que "estão tentando dar um golpe de Estado na Venezuela".

Citando o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Maduro relacionou o apoio de líderes internacionais à oposição nesta eleição ao apoio declarado a Juan Guaidó em 2019. "Toda a ultradireita fascista, [...] os mesmos grupos, dirigidos pelo império norte-americano, foram os que tentaram tirar o poder do povo na Venezuela".

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