Venezuela: Costa Rica oferece asilo político a Corina e Edmundo González
Do UOL, em São Paulo
30/07/2024 19h44Atualizada em 30/07/2024 21h57
O ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, Arnoldo André Tinoco, anunciou nesta terça-feira (30) a oferta de asilo político a María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, líderes da oposição na Venezuela.
O que aconteceu
Em vídeo publicado no X, Tinoco destaca que a concessão vale para todos os que sofrem perseguição política no país. "A Costa Rica concede asilo político a María Corina Machado e Edmundo González, bem como às pessoas que sofrem perseguição política na Venezuela, especialmente aquelas que estão sob a proteção da Embaixada da Argentina em Caracas", diz a legenda.
Mais cedo, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela defendeu a prisão de Edmundo González e María Corina Machado. A declaração de Rodríguez tem uma influência prática, já que o aparelho do Estado está ao serviço dele, segundo o jornal El País. "Não há diálogo com o fascismo, não são concedidos benefícios processuais, não são perdoados", disse, dentro do Parlamento.
O presidente da assembleia reforçou a acusação de Maduro sobre os manifestantes estarem supostamente drogados e serem pagos pela oposição. "As leis são aplicadas a eles e o Ministério Público tem que agir não só com os bandidos drogados que pagam para aterrorizar, mas também com os seus patrões. E não me refiro apenas a María Corina Machado, mas também a Edmundo González, porque ele é o chefe da conspiração fascista".
Mais de 700 pessoas foram presas durante os protestos que tomam cidades da Venezuela desde o domingo (28). O vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, disse que dez líderes da oposição estão na mira da Justiça. "Eles vão ser detidos", garantiu. "Temos conversas e comunicações, seja qual for o nome, seja qual for o sobrenome que tenham, eles irão para a prisão", completou.
Sobe para 11 número de mortes
Subiu para 11 o número de mortes relacionadas aos protestos contra Maduro.
Cinco dessas mortes aconteceram na capital Caracas. "Há onze pessoas mortas nestes protestos. Cinco dessas pessoas [foram] assassinadas em Caracas. Preocupa-nos o uso de armas de fogo nessas manifestações", declarou Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezolano.
Estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram algumas das estruturas sendo arrastadas pelas ruas das cidades venezuelanas. Segundo o jornal espanhol El Periódico, as manifestações ocorreram nas cidades de La Guaira, Falcón, Carabobo e Guárico.
Nicolás Maduro prometeu punição aos manifestantes. Em proclamação após ser declarado presidente, ele afirmou que quem protesta está munido de "drogas, armas e coisas malucas". "Parte [dos presos] são pessoas que voltaram recentemente nos voos que os gringos enviaram para a Venezuela", afirmou.
O ditador foi proclamado presidente da Venezuela na tarde desta segunda-feira (29). A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.
A líder da oposição, María Corina Machado, disse que eles "têm 73% das atas". "Com as atas que faltam, ainda que o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] desse 100% dos votos para Maduro, não chegam perto do Edmundo com o que já temos", declarou.