Maduro diz que manifestantes são 'drogados e armados' e promete punição
O ditador Nicolás Maduro definiu como "drogados e armados" os manifestantes que protestam contra ele em cidades venezuelanas após sua proclamação como presidente, nesta segunda-feira (29).
O que aconteceu
Maduro também disse que os manifestantes são pagos para promover os protestos. "Quase 90% estão em estado avançado de dependência e armados. Drogas, armas e coisas malucas", afirmou, em pronunciamento no Palácio Miraflores, sede da Presidência.
O ditador defendeu que eles sejam punidos "severamente". "Várias dezenas dessas pessoas foram capturadas em flagrante. 80% dos capturados têm antecedentes criminais. Parte deles são pessoas que retornaram muito recentemente nos voos que os gringos enviaram para a Venezuela".
Pouco antes da fala de Maduro, a oposição também fez um pronunciamento em que contestou o resultado da eleição. A líder do grupo, María Corina Machado, disse que a oposição "tem 73% das atas". "Com as atas que faltam, ainda que o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] desse 100% dos votos para Maduro, não chegam perto do Edmundo [Gonzáles, candidato oposicionista] com o que já temos".
O candidato da oposição disse que ele ganhou em locais onde "nunca tínhamos ganhado". "Queremos que todos os venezuelanos que foram às urnas ontem sejam respeitados. [...] É fundamental que as autoridades respeitem essa vontade que foi expressa nas urnas. O anúncio prematuro de resultados que não foram auditados não pertence a uma liderança responsável".
Maduro proclamado
O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde desta segunda-feira (29). A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.
Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".
Durante o discurso, o ditador afirmou também "que não haverá fraqueza" contra adversários. "Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada, e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação prevalecerão". Ele ainda disse que "estão tentando dar um golpe de Estado na Venezuela".
Maduro relacionou o apoio de líderes internacionais à oposição nesta eleição ao apoio declarado a Juan Guaidó em 2019. "Toda a ultradireita fascista, [...] os mesmos grupos, dirigidos pelo império norte-americano, foram os que tentaram tirar o poder do povo na Venezuela".
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