Maduro diz que mandará manifestantes presos para prisão de segurança máxima
Do UOL, em São Paulo
02/08/2024 09h19Atualizada em 02/08/2024 09h25
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que mais de 1.200 pessoas foram presas por protestar contra o resultado das eleições.
O que aconteceu
Maduro prometeu enviar os presos para cadeias de segurança máxima. Ele chamou manifestantes de criminosos que devem "pagar pelos seus crimes" em discurso a apoiadores na quinta (31).
"Vamos atrás de mais mil. Estamos capturando todos", declarou o ditador. Ele acusou manifestantes de ameaçarem o povo e atacarem casas e infraestruturas públicas, como hospitais, estações de metrô e postos policiais.
Pelo menos 13 pessoas morreram em decorrência dos protestos, segundo dados da ENH (Pesquisa Nacional de Hospitais). Onze deles são civis, e um é um militar identificado pelas letras J.E.G, segundo a procuradoria-geral da Venezuela. A causa de morte do militar não foi informada.
A suspeita de irregularidades nas eleições provocou uma onda de violência generalizada no país. Vídeos publicados nas redes sociais logo após o anúncio da suposta vitória mostram críticos ao regime entrando em confronto com a Guarda Nacional Bolivariana e paramilitares pró-Maduro, além da derrubada de estátuas que homenageiam o "chavismo", que já completa 25 anos no poder.
Na madrugada de segunda (29), o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), controlado pelo chavismo, proclamou a vitória de Maduro com apenas 80% das urnas apuradas. Segundo o órgão, Maduro recebeu 51,2% dos votos e o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, 44,2%.
EUA reconheceram a vitória da oposição em comunicado assinado pelo secretário de Estado Antony Blinken. "Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela."
Brasil pede a divulgação de atas eleitorais. O assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira (1º) que o Brasil está decepcionado com a demora para a divulgação das atas da eleição presidencial na Venezuela.