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Venezuela: Oposição relata prejuízo em apuração; shows animam chavistas

Em meio a escalada de tensões, a oposição venezuelana denunciou que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) parou de transmitir os resultados da votação por volta das 22h (horário de Brasília). Em contrapartida, apoiadores do presidente Nicolás Maduro se reuniram em frente à sede do governo à espera do resultado da apuração.

O que aconteceu

Denúncia foi feita por Delsa Solórzano, ex-deputada e nome de peso da bancada opositora. "O que está ocorrendo é que não querem imprimir a ata e não querem transmitir [o resultado].Então, eles pararam de transmitir em muitos centros e impede as nossas testemunhas [representantes dos partidos que fiscalizam a votação] de obterem as atas, retirando-as dos seus centros de votação", ressaltou ela.

Há um número significativo de centros de votação onde estão a retirar [os fiscais da oposição]. O que temos demonstrado do que somos capazes é o defender a vontade da população. Vamos defender a vontade os direitos dos cidadãos e a vontade deles que têm expressado. Delsa Solórzano

Edmundo González Urrutia, principal candidato de oposição a Maduro, já havia feito, mais cedo, um apelo para que eleitores permanecessem para fiscalizar os centros eleitorais, temendo que o resultado fosse prejudicado por algum tipo de fraude.

Órgão ainda não se manifestou publicamente. O CNE —órgão responsável pela transparência e realização do processo eleitoral da Venezuela— não manifestou sobre as acusações feitas pela oposição até o momento.

Chavistas em clima de festa

Centenas de pessoas se concentram em Miraflores, sede do governo venezuelano. Um show com artistas locais anima os militantes chavistas que esperam o resultado das urnas. Maduro vai ganhar, vai ganhar, vai ganhar. Trecho de uma das canções entoadas pelo público presente

Mídia estatal fala em manifestação espontânea da população em direção ao palácio do governo.

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Eleições foram marcadas por confusões

Houve atraso e intimidação em algumas cidades. Centros eleitorais chegaram a registrar atraso de uma hora para início da votação em Táchira, estado que faz fronteira com a Colômbia. Na região, também foram registradas intimidações de grupos de homens encapuzados que realizaram disparos para o alto em meio às filas de eleitores. No município de Antonio Rómulo Costa, por exemplo, homens não identificados espalharam panfletos com mensagens intimidatórias próximo aos centros de votação.

Voluntários pró e contra o governo de Maduro se enfrentaram. O incidente ocorreu no entorno de um centro de votação de Andrés Bello, estado de Miranda. Fotos mostraram que militantes pró-governo tentaram impedir a entrada de um voluntário da oposição no centro de votação.

Um homem também foi preso por tirar foto da urna. Segundo o comandante estratégico operacional da Força Armada Nacional Bolivariana, Domingo Hernandéz Lárez, um homem foi detido por tirar fotos de uma máquina eleitoral. Ele estava com dois comprovantes de voto.

Observadores internacionais foram barrados às vésperas do pleito. O governo de Maduro proibiu a entrada de avião com ex-presidentes e uma comissão formada por dez deputados e senadores da Europa. No sábado (27), um ex-deputado espanhol —que participaria como observador das eleições a convite da oposição— também foi expulso.

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Cerca de 17 milhões de eleitores foram às urnas neste domingo. Outros 4 milhões de venezuelanos que vivem no exterior foram registrados para votar, mas apenas cerca de 69 mil atenderam aos requisitos estabelecidos pelo governo para votar no exterior.

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