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Hamas diz que reféns vão 'voltar em caixões' se Israel mantiver pressão

Um homem palestino que retornou brevemente ao leste de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, para verificar sua casa, reage à visão da devastação enquanto está sentado ao lado de uma mulher em meio aos escombros, depois que as tropas israelenses se retiraram de alguns quarteirões na área em 29 de agosto de 2024 Imagem: EYAD BABA/AFP

Do UOL, em São Paulo

02/09/2024 16h52

O Hamas advertiu que irá matar reféns sob custódia deles na Faixa de Gaza caso o governo israelense continue tentando libertá-los por meio de pressão militar.

O que aconteceu

Hamas diz que reféns vão voltar "em caixões" caso Israel não feche acordo. Grupo compartilhou um comunicado das brigadas Ezzedine al-Qassam no Telegram, e disse que "novas instruções foram dadas" aos guardas dos reféns caso soldados israelenses se aproximem do local de detenção.

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"A insistência de [Benjamin] Netanyahu em libertar os prisioneiros através da pressão militar em vez de concluir um acordo significa que eles retornarão para suas famílias em caixões", declarou Abu Ubaida, porta-voz do braço militar do Hamas nas Brigadas Al-Qassam.

Grupo diz que premiê é responsável por vida e segurança dos reféns. "O criminoso Netanyahu é responsável pelas vidas e segurança dos prisioneiros detidos pela resistência e, apesar da preocupação do movimento pela sua segurança e bom tratamento, continua a insistir em matá-los e a ignorar as suas condições", diz o texto.

Todos os prisioneiros detidos pela resistência podem regressar imediatamente às suas famílias. Aquele que está atrasando o seu regresso e o responsável pelas suas vidas é [Benjamin] Netanyahu. Cada atraso na sua aprovação e compromisso com o que foi alcançado significa colocar as vidas de mais prisioneiros em risco.
Comunicado do Hamas

Biden disse que Netanyahu não fez o suficiente para libertar reféns do Hamas. Repórter questionou a Biden se ele considera que o premiê de Israel "está fazendo o suficiente" para fechar acordo que liberte os reféns e restabeleça a paz. Presidente norte-americano respondeu à pergunta com apenas um "não". Entretanto, Biden salientou que mantém "esperanças" por um acordo entre os dois lados do conflito. "A esperança é eterna", destacou o democrata.

Netanyahu pede perdão a famílias de reféns

Primeiro-ministro pediu perdão por não ter salvado os seis reféns israelenses mortos em Gaza. Benjamin Netanyahu disse que o grupo extremista Hamas "pagará um preço muito alto". "Peço perdão por não os trazer vivos. Estivemos perto, mas não conseguimos", declarou Netanyahu em entrevista coletiva nesta segunda-feira (2).

Executados com tiro na nuca. O primeiro-ministro descreveu como os reféns teriam sido mortos. Os corpos foram encontrados em um túnel na Faixa de Gaza.

"Quem assassina reféns não quer acordo". No domingo (1º), Netanyahu afirmou que Israel não descansará até capturar os responsáveis pela morte dos seis reféns e, em nota, afirmou que o país está se empenhando por um acordo para libertar os restantes e garantir a segurança de Israel. "Quem quer que assassine reféns, não quer um acordo", disse.

Corpos resgatados em Gaza

Na fileira de cima, da esquerda para a direita: Almog Sarusi, Alexander Lobanov, Carmel Gat. Na fileira de baixo, da esquerda para a direita: Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi e Ori Danino Imagem: Hostages Families Forum Headquarters / AFP

Jovem americano-israelense que se tornou um dos reféns mais famosos do Hamas estava entre os mortos. Hersh Goldberg-Polin, de 24 anos, nasceu na Califórnia. A família confirmou a morte em uma mensagem no Facebook, e o presidente dos EUA, Joe Biden, enviou suas condolências em um comunicado.

Quatro homens e duas mulheres. As outras vítimas, além de Hersh Goldberg-Polin, são Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino. Corpos foram recuperados de um túnel subterrâneo na área de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Cerca de 700 mil manifestantes foram às ruas de Tel Aviv e outras cidades israelenses em protesto. Houve confronto com a polícia e pelo menos 29 pessoas foram detidas.

Manifestação pedia acordo para libertação de reféns. Muitos seguravam bandeiras israelenses e cartazes com imagens dos reféns mantidos em Gaza. Outros pediam o cessar-fogo. Parte deles culpa o fracasso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em garantir um acordo para interromper os conflitos e trazer seus entes queridos de volta para casa.

Um acordo para o retorno dos reféns está sendo discutido há mais de dois meses. Se não fosse por atrasos, sabotagem e desculpas, aqueles cujas mortes soubemos esta manhã provavelmente ainda estariam vivos.
Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, organização que representa os familiares dos sequestrados

Caiu para 97 o número de pessoas ainda mantidas em cativeiro. Ao todo, 251 foram sequestradas em 7 de outubro, e pelo menos 33 estão confirmadas como mortas.

Com informações de AFP e Reuters

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