Havaí não se preparou para incêndio que matou 102 pessoas, aponta relatório
Autoridades do Havaí não se prepararam para evitar o incêndio que matou 102 pessoas na ilha de Maui em agosto do ano passado. É o que aponta relatório divulgado nesta sexta-feira (13) pela procuradora-geral do Havaí, Anne Lopez, segundo a agência de notícias Associated Press.
O que aconteceu
Os investigadores não encontraram "nenhuma evidência" de que foram feitos preparativos contra o incêndio mais mortal do século. Um meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia enviou por email aos gerentes de incêndio, no dia 4 de agosto daquele ano, um "aviso prévio sem precedentes" sobre o perigo que se desenvolveria nos dias seguintes.
A falta de planejamento dificultou os esforços para evacuar a cidade histórica de Lahaina, diz o documento. O relatório cita órgãos importantes, como Agência de Gerenciamento de Emergências, Corpo de Bombeiros, e Polícia de Maui.
O documento exemplifica o que poderia ter sido feito: funcionários extras de plantão, providenciar veículos de emergência, suprimentos em áreas de alto risco e planejamento de possíveis evacuações.
O relatório ressalta o email ignorado do Serviço Nacional de Meteorologia. "A natureza forte do email, se tivesse sido comunicada aos gerentes de incêndio em outros estados, [...] poderia ter ganhado atenção e motivado discussão e planejamento operacional".
Havaí é visto como destino de férias, não propenso a incêndios, aponta a investigação. "Essa lacuna entre a percepção de risco e a realidade parece ter contribuído para uma falta de investimento na prevenção de incêndios florestais, preparação e capacidade de resposta ao longo dos anos".
A Hawaiian Electric, fornecedora de energia local, reconheceu que as linhas de energia da empresa causaram o incêndio. Os bombeiros acreditavam que haviam extinguido o fogo, mas, observa o relatório, os agentes tinham acesso limitado à área. O condado de Maui ainda não divulgou a causa da tragédia.
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