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Líderes de seita nos EUA são condenados por forçarem crianças a trabalhar

Prédio do Departamento de Justiça dos EUA Imagem: Mary Calvert

Do UOL, em São Paulo

17/09/2024 19h12Atualizada em 17/09/2024 19h12

Seis membros da seita "Nação Unida do Islam" foram condenados por fazer crianças de trabalharem por turnos de até 16 horas e viverem em ambientes sujos e infestados de ratos.

O que aconteceu

Crianças eram expostas a condições insalubres. As investigações do FBI apontaram que as crianças eram submetidas a restrições alimentares severas, apanhavam de líderes da seita e dormiam em quartos lotados, infestados com ratos e mofo. Outro castigo impostos às vítimas era o trancamento em um porão escuro e "assustador".

Crianças trabalhavam em lojas da seita. Algumas trabalhavam em Kansas City, onde ficava a sede da Nação Unida do Islam, mas outras eram traficadas para trabalharem em lojas em Nova Jersey, Nova York, Ohio, Maryland, Geórgia e Carolina do Norte. Elas não recebiam dinheiro pelos serviços prestados.

Condenado enfrenta pena máxima de 20 anos. Kaaba Majeed, de 50 anos, foi considerado culpado de 5 acusações de trabalho forçado e ficar até 20 anos preso. Já Yunus Rassoul, James Staton, Randolph Rodney Hadley, Daniel Aubrey Jenkins e Dana Peach foram considerados culpados por uma acusação cada, e devem ficar até 5 anos presos.

Vítimas ouviam que "queimariam eternamente em fogo do inferno" se fugissem. Durante o processo, vários abusos sofridos foram relatados. Uma das crianças bebeu água de uma privada para sobreviver, por exemplo, enquanto outra foi pendurada de ponta-cabeça em cima de um trilho de trem, por não admitir que roubou comida quando estava com fome.

Condições eram "desumanas e abomináveis", aponta promotoria. "A bravura demonstrada pelas vítimas da Nação Unida do Islam é inspiradora, porque elas falaram sobre atrocidades hediondas cometidas contra elas quando crianças vulneráveis", disse a promotora Kate E. Brubacher durante audiência.

Na infância, elas sofreram abuso físico e emocional, foram privadas de uma educação adequada e foram sujeitas a trabalho forçado. Quando adultas, essas vítimas encontraram força e coragem para buscar justiça e enfrentar seus abusadores.
Promotora Kate E. Brubacher, do estado do Kansas

Fundador de seita dizia ter viajado em espaçonave com anjos e ser "Allah em pessoa". Royall Jenkins foi filiado ao movimento religioso "Nação do Islam", voltado ao nacionalismo negro, até 1978. Neste ano, saiu e criou a "Nação Unida do Islam", conseguindo apoio de centenas de pessoas nos Estados Unidos. Entre suas crenças, estão que homens negros são os originais, e que um cientista chamado Yakub criou o homem branco, considerado o inimigo, há cerca de 6 mil anos. Além disso, considera que mulheres são inferiores e que seguir a orientação de mulheres leva diretamente ao inferno.

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