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Irã diz que usinas e refinarias de Israel podem virar alvo caso haja ataque

Sistema anti-míssil de Israel abatendo artefatos em ataque realizado pelo Irã Imagem: Amir Cohen/Reuters

Do UOL, em São Paulo

04/10/2024 16h34

O vice-comandante da IRGC (Guarda Revolucionária do Irã) afirmou, nesta sexta-feira (4), que usinas de energia e refinarias de gás de Israel podem virar alvo em resposta a um possível ataque israelense.

O que aconteceu

Brig. Ali Fadavi disse à mídia local que o Irã pode mirar em todas, caso Israel cometa "um erro". "O Irã é um país grande e vasto e tem muitos centros econômicos, enquanto Israel tem três usinas de energia e várias refinarias. Podemos mirar nelas todas de uma vez só", declarou o militar, em tom de ameaça.

IRGC tem força política, militar e econômica no Irã. O grupo possui laços estreitos com o líder supremo Ali Khamenei. Foi criada após a Revolução Islâmica de 1979 para proteger o sistema de governo clerical. Ele tem sua própria força terrestre, marinha e força aérea que supervisiona as armas estratégicas do Irã.

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Ministro das Relações Exteriores do Irã também ameaçou Israel. Abbas Araghchi disse apoiar os esforços para um cessar-fogo com Israel, embora deixe claro que Teerã irá retaliar de "forma dura", caso Tel Aviv faça algum ataque ao Irã. Os comentários foram feitos enquanto ele estava em Beirute para reuniões com autoridades libanesas, segundo o canal Al Jazeera.

"Apoiamos os esforços para um cessar-fogo, desde que, primeiro, os direitos do povo libanês sejam respeitados e sejam aceitos pela resistência [do Hezbollah] e, segundo, que ocorra simultaneamente com um cessar-fogo em Gaza", declarou ele. "Se Israel tomar qualquer medida ou passo contra nós, nossa retaliação será mais forte do que a anterior", acrescentou.

Irã lançou dezenas de mísseis contra Israel

Ataque do Irã contra Israel no início da semana pegou autoridades de surpresa. O lançamento de cerca de 200 mísseis fez as sirenes de alerta soarem em todo território. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém, duas das maiores cidades israelenses. Alguns dos foguetes disparados caíram em pontos isolados, como foi o caso de Arad.

Nenhum ferido foi relatado em território israelense. Um palestino de 37 anos morreu na Cisjordânia, durante os ataques do Irã contra Israel. Sameh al-Asali foi atingido por fragmentos de um míssil interceptado por Israel, conforme relatou o governador Hosain Hanayel à AFP. Outros quatro palestinos ficaram feridos também por estilhaços.

Local onde caíram restos de foguete iraniano virou espécie de "ponto turístico" Imagem: REUTERS/Amir Cohen

Israel diz que Irã cometeu erro grave

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã cometeu um "grande erro" com o ataque e que "pagará" o preço pela ação.

Promessa de retaliação aos ataques ocorreu em declaração do premiê no início de uma reunião do gabinete de segurança. "O regime no Irã não entende nossa determinação em nos defender e nossa determinação em retaliar nossos inimigos", afirmou o político.

Ao contrário dos ataques telegrafados de abril, quando os iranianos avisaram por canais informais que iriam lançar mísseis sobre Israel, desta vez a ofensiva foi radicalmente diferente. O assassinato de lideranças e a ofensiva terrestre colocaram uma pressão inédita para que Ali Khamenei, líder iraniano, tivesse de agir.

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