Furacão Milton cria 'cidades-fantasmas' na Flórida; veja fotos
Do UOL, em São Paulo
10/10/2024 05h30Atualizada em 10/10/2024 10h14
O furacão Milton já causou tornados e deixou mais de 12 milhões de pessoas em alerta. Com ordens de evacuação para diversas áreas, cidades da Flórida ficaram vazias. Veja como as cidades ficaram antes da passagem do furacão:
Sinal vermelho
Moradores e turistas na Flórida estão recebendo alertas de entidades oficiais sobre evacuação e toque de recolher. Desde terça-feira (8), as ruas estão relativamente vazias no centro da cidade de Tampa.
Falta de suprimentos
Com alertas para ficarem em casa, sem certeza de quando tudo voltará ao normal, as pessoas se preparam como podem. Prateleiras de alguns supermercados já estão vazias e há relato de falta de água para beber.
Solitários
Galos caminham por uma rua do bairro Ybor City, em Tampa, cidade que está praticamente vazia com a proximidade do furacão.
Contenção
Em Tampa, donos de estabelecimentos colocam sacos de areia da entrada dos locais para protegê-los das enchentes que podem ser formar com a tempestade Milton.
A situação agora
Ventos de 145 km/h. À 1h (no horário local; 2h da manhã, no horário de Brasília), o NHC (National Hurricane Center - Centro Nacional de Furacões em inglês) rebaixou a classificação do Milton de 3 para 1.
Dados de satélite indicam que o olho do furacão Milton atingiu Siesta Key, no Condado de Sarasota. O fenômeno chegou à costa acompanhado de ventos máximos estimados em 193 km/h, conforme relatório da agência. "Os moradores devem continuar se abrigando e vigilantes", escreveu a Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida, nas redes sociais.
Centros de evacuação em Sarasota estão lotados. Quase 10 mil pessoas e 1.700 animais de estimação estavam em abrigos na cidade com 57 mil habitantes. Esse seria o maior número já registrado durante uma evacuação, disseram autoridades de gerenciamento de emergência à rede de TV NBC News.
Tampa e St. Petersburg já registram chuvas intensas e ventos fortes com aproximação de Milton. Mais de 2,2 milhões de clientes na Flórida estavam sem energia por volta da 1h (horário de Brasília), conforme aponta a plataforma PowerOutage.us.
Furacão Milton surgiu na costa mexicana e chegou à Flórida nesta quarta. O fenômeno se intensificou rapidamente entre segunda e terça-feira, com rajadas de vento ultrapassando os 280 km/h, mas desacelerou ao se aproximar do continente. Para ser considerado furacão, são necessárias algumas características específicas, como a origem tropical e a velocidade dos ventos superior a 119 km/h (ou 75 mph).
Milton causou estragos em outros lugares antes de chegar aos EUA. Ele provocou inundações, apagões, falhas nas redes de telefonia celular e o transbordamento de rios em Yucatán (México), e alagamentos e corte de energia em Havana (Cuba). Nenhum dos dois países, no entanto, esteve na rota do furacão.
Furacão tem feito história
Milton ganhou força intensa em menos de 24 horas. A tempestade tropical rapidamente se transformou em uma poderosa tempestade de categoria 5. Na última terça, o furacão provocou ventos de 265 km/h. Segundo os meteorologistas, entre o domingo e segunda-feira, houve aumento de 140 km/h na velocidade dos ventos registrados, intensificada justamente pelo tamanho considerado compacto do olho do furacão.
Milton já é considerada a terceira tempestade de intensificação mais rápida já registrada no Atlântico em 40 anos. Nas redes sociais, o NHC classificou o aumento da força dos ventos como "intensificação explosiva" e uma tempestade "extremamente ameaçadora".
Superfuracões como Milton podem inaugurar categoria. Em estudo publicado em fevereiro deste ano na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS, a sigla em inglês), cientistas propuseram a criação de uma nova categoria, que classificaria os fenômenos do tipo mais poderosos. A eventual categoria 6, cujos furacões apresentam características impulsionadas pelas mudanças climáticas, reuniria as tempestades mais "monstruosas", segundo a equipe responsável pelo estudo.
Estamos testemunhando furacões que --por qualquer extensão lógica da escala Saffir-Simpson existente-- merecem ser colocados numa categoria totalmente separada e mais destrutiva das tempestades 'mais fortes' tradicionalmente definidas. [O objetivo é] expandir a escala para acomodar ciclones tropicais alimentados pelas alterações climáticas que são qualitativamente mais fortes e mais destrutivos do que as tempestades de categoria 5 convencionalmente definidas
Trecho oficial do estudo publicado na PNAS