Conteúdo publicado há 27 dias

Brasileiros que vivem na Flórida se preparam para chegada do furacão Milton

Nos Estados Unidos, milhares de pessoas se preparam para a passagem do furacão Milton, que avança em direção à Flórida. Brasileiros que vivem no estado contaram ao UOL o que têm feito para se proteger dos estragos que o fenômeno pode causar. A previsão é de que a tempestade chegue à costa da Flórida nesta quarta-feira (9).

"Vou me abrigar no meu carro"

A fotógrafa Alessandra Lira comprou comida, água e se preparou para passar dias dentro do seu carro. A brasileira nasceu em Manaus e se mudou para os EUA em 2019. Ela mora em São Petersburgo, cidade na costa do golfo da Flórida.

Ordem de retirada. Alessandra disse que não perdeu tempo e decidiu deixar sua casa após pessoas que vivem nas proximidades do seu bairro receberam ordem de evacuação do governo. A brasileira detalhou que preparou sanduíches e comprou bastante água para beber e tomar banho enquanto estiver viajando de carro. Dois cachorros também estão com ela no veículo. O seu terceiro pet ficou sob responsabilidade de uma amiga que viajou para a cidade de Savannah, na Geórgia.

Alessandra viaja com seus dois cachorros dentro do carro para fugir do furacão Milton
Alessandra viaja com seus dois cachorros dentro do carro para fugir do furacão Milton Imagem: Cedido ao UOL

A brasileira está a caminho de Boca Raton, também na Flórida. "Estou procurando uma cidade mais segura para ficar, mas vou me abrigar dentro do meu carro durante esses cinco dias. Comprei bastante comida para fazer sanduíche natural, porque é mais fácil para armazenar, comprei muita água, inclusive para tomar banho. Vi muita gente nos mercados comprando coisas, mas os locais estavam com estoque. Peguei cobertores e a comida dos cachorros", disse.

Ela contou que alguns vizinhos optaram por ficar em casa. "Algumas pessoas decidiram continuar por lá, desejo que todos fiquem bem, mas tenho que seguir ordens e aqui [nos EUA] eles nos mostram e nos dão informações o tempo todo, por isso decidir deixar a minha casa porque entendo que o furacão tem que passar por aqui".

A fotógrafa também comprou mantimentos para deixar em casa pensando no retorno. "Organizei a minha casa, fechei e filmei tudo para caso o seguro precise. Coloquei no meu carro ferramentas para ajudar outras pessoas na estrada, se for necessário", relatou.

"Estou bem assustado"

Imagem de satélite mostra movimentação do furacão Milton no Golfo do México
Imagem de satélite mostra movimentação do furacão Milton no Golfo do México Imagem: HANDOUT/AFP
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O gerente de contas Diogo Alvares, 41, ficará trancado em casa durante a passagem do furacão. O brasileiro mora na cidade de Wesley Chapel, a cerca de 50 quilômetros da costa da Flórida. "Confesso que estou bem assustado. Temos essa temporada de furacões que acontece normalmente, sempre temos os alertas do governo, mas nada tão intenso como tem sido agora", afirmou.

Diogo, que vive há nove anos nos EUA, comprou comida e colocou placas de madeira nas janelas da sua casa. "Comprei mantimentos na segunda-feira quando fiquei sabendo. Preferi pães e comidas que podem ficar fora da geladeira. Se você deixar para ir um dia depois, você já encontra as prateleiras dos supermercados vazias. Todo mundo compra tudo. Gasolina, por exemplo, você não encontra mais. A situação é muito alarmante".

Ele disse que não está preparado para a chegada do furacão. Dois amigos que vivem na cidade de Tampa vão se abrigar na casa dele durante a passagem da tempestade. "A intensidade é muito forte. Falar que estou preparado é mentira porque é uma situação que eu nunca vivi. Coloquei placas de madeira nas janelas para proteger caso o vendo possa trazer algo. Mas não sei o que esperar. Duas semanas atrás tivemos o furacão Helene. Eu estava em casa e só o vento era muito assustador. Espero que o pior não aconteça, estamos em orações", disse.

Diogo colocou placas de madeira nas janelas da sua casa
Diogo colocou placas de madeira nas janelas da sua casa Imagem: Cedido ao UOL

A brasileira Corina Lessa, 42, vive em Tampa. A cidade é dividida em cinco áreas. Duas delas a evacuação é obrigatória, segundo autoridades locais. Ela contou que nos 20 anos que mora nos EUA nunca passou por nada semelhante. "Todos os anos nós temos ameaças de furacão e sempre nos preparamos para o pior. Mas dessa vez é diferente porque o furacão Milton atingiu a categoria 5", detalhou.

Corina é dona de uma imobiliária e decidiu viajar para o Brasil durante a passagem do furacão. "Precisei sair da minha casa, moro perto do porto, zona de evacuação obrigatória. Vim para o Brasil, já tinha uma viagem programada e consegui antecipar. Agora é o momento de ansiedade e bastante oração. Estou no Brasil, mas com o coração apertado porque a minha família e os meus amigos estão lá", afirmou a empresária.

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O Milton surge apenas duas semanas depois de o furacão Helene ter causado mortes e danos significativos nos EUA. "É uma situação muito diferente. Estávamos nos recuperando de um acontecimento e ao mesmo tempo nos preparando para um novo com a possibilidade de ser ainda pior", lamentou a brasileira. O número de mortos do furacão Helene subiu para 235 em seis estados dos Estados Unidos.

Furacão Milton pode ser a pior tempestade em um século

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Milton é uma das tempestades mais poderosas que se formaram no Atlântico Norte nos últimos anos. As autoridades dos Estados Unidos alertam sobre os impactos à medida que ele se aproxima da costa da Flórida.

O furacão Milton deve tocar o solo na Flórida na noite desta quarta-feira (9), após ganhar força e voltar à categoria máxima. Os meteorologistas alertam para chuvas torrenciais, inundações repentinas, ventos fortes e possíveis marés de tempestade.

O presidente Joe Biden alertou que pode ser "a pior tempestade" a afetar o estado "em um século". Na terça-feira, Milton se tornou um ciclone de categoria 5, com ventos máximos sustentados de 270 quilômetros por hora, enquanto avança em direção ao estado da Flórida, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

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Até que toque a terra na noite desta quarta-feira, pode haver "flutuações de intensidade". Mas segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos é esperado "que seja um furacão significativo e perigoso quando chegar".

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