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Morte de líder do Hamas contradiz ataques de Israel a civis, diz professor

Colaboração para o UOL

18/10/2024 13h09

As imagens que mostram o líder do Hamas, Yahya Sinwar, momentos antes de ser morto por soldados israelenses contradizem a narrativa de Israel sobre os ataques com mortes de civis, avaliou Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, no UOL News desta sexta-feira (18).

A gravação de um drone das Forças Armadas de Israel mostra que Sinwar estava em combate, armado, com dois outros soldados do Hamas, e não entre civis e escudos humanos, como frequentemente alega o governo de Israel.

A versão que se divulga é que os líderes do Hamas ficam em túneis, com escudo humano. No caso dele, as próprias câmeras de Israel mostraram que isso não é verdade. Ele estava em combate. Então, essa justificativa de morte de civis, mais uma vez, não procede. Esses líderes estão em combate, não estão com escudo humano.
Reginaldo Nasser (PUC-SP)

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Sem eleição nos EUA, não haveria chance de acordo em Israel

O professor também avaliou que o momento no cenário internacional, com as eleições dos EUA prestes a ocorrerem, tende a favorecer um acordo entre Israel e o Hamas —que envolva apenas o cessar-fogo e a entrega dos reféns israelenses sequestrados há mais de um ano.

A partir da morte dele, há um certo ambiente internacional para tentar aproveitar e avançar na negociação. A Kamala Harris está em campanha, mas deu uma declaração ontem dizendo que agora é o momento para fazer o acordo. Exagera-se o papel dele, mas com um propósito. Ele está eliminado, então vamos fazer um acordo. O Biden também deu declaração, assim como Macron.

Mas há muitas variáveis, inclusive uma variável interna, em Israel: a composição do governo do Netanyahu. Ainda que Netanyahu sinalize para algum tipo de negociação, e acredito que é por isso que ele não foi tão explícito, a ala da extrema direita não vai querer. Mas é um momento em que se espera tentar retomar as negociações pela libertação dos reféns, o cessar-fogo e o fim desse processo de genocídio ou limpeza étnica.

Ninguém está negociando o Estado da Palestina e a paz. São duas coisas: a entrega de reféns e o cessar-fogo, com as mediações do Catar e Arábia Saudita. Acredito que apostem nas eleições: se não fosse isso, não seria nem cogitada a possibilidade do cessar-fogo.
Reginaldo Nasser (PUC-SP)

Assista à entrevista com o professor:

Tales: Rejeição de Boulos se cristalizou com ataques de Marçal

Mais cedo no UOL News, o colunista Tales Faria avaliou que os seguidos ataques realizados por Pablo Marçal (PRTB) ao longo do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo solidificaram a alta taxa de rejeição a Guilherme Boulos (PSOL).

A única possibilidade de virada seria derrubar a rejeição dele próprio. Esse é o principal problema do Boulos. A rejeição não permitiu que os votos que desistiram do Nunes migrassem para ele. Por que essa rejeição? Essa é a grande pergunta.

A hipótese mais aceitável é que essa rejeição esteja cristalizada por conta dos sucessivos ataques do Marçal no primeiro turno, quando ele mirou Boulos. Fez aquelas coisas de droga, de que ele usava cocaína, bateu de todas as formas no Boulos e isso cristalizou uma visão de que ele é invasor de terreno e é de ultraesquerda.
Tales Faria, colunista do UOL

Veja o comentário:

Josias: Haddad acerta ao analisar transição do Brasil ao pós-bolsonarismo

O ministro da Fazenda Fernando Haddad faz um diagnóstico preciso da transição do Brasil ao pós-bolsonarismo e ao apontar a necessidade de ajustes no discurso da esquerda, disse o colunista Josias de Souza, também no programa.

O Brasil vive hoje a fase de transição do bolsonarismo ao pós-bolsonarismo e há diagnósticos, alguns muito bem feitos - como esse do Haddad, que indica uma necessidade de ajuste, de aperto de parafusos da esquerda.

Assim como Valdemar Costa Neto [presidente do PL]; o outro lado também sente a necessidade de promover ajustes. Ele disse que a extrema direita alojada no partido dele precisa se aproximar do centro e colocou Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo] no primeiro lugar da fila para 2026.

Quando Valdemar começa a dizer isso em voz alta, é porque já admite Bolsonaro como carta fora do baralho para 2026 e que a extrema direita precisa se achegar ao centro. Assim também com a esquerda, já que é no centro onde está a definição destes dois campos, que estão zonzos. Isso não ocorre só no Brasil; está acontecendo nos Estados Unidos. Josias de Souza, colunista do UOL

Assista ao comentário:

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