Tales: Rejeição de Boulos se cristalizou com ataques de Marçal

Os seguidos ataques realizados por Pablo Marçal (PRTB) ao longo do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo solidificaram a alta taxa de rejeição a Guilherme Boulos (PSOL), afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (18).

Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem, Boulos apresenta uma rejeição de 56% —era de 58% no levantamento anterior. Já a taxa de Nunes oscilou de 37% para 35%. No primeiro turno, Marçal associou o candidato do PSOL ao consumo de drogas e apresentou um laudo médico falso, segundo o qual o psolista teve um surto psicótico grave por uso de cocaína.

A única possibilidade de virada seria derrubar a rejeição dele próprio. Esse é o principal problema do Boulos. A rejeição não permitiu que os votos que desistiram do Nunes migrassem para ele. Por que essa rejeição? Essa é a grande pergunta.

A hipótese mais aceitável é que essa rejeição esteja cristalizada por conta dos sucessivos ataques do Marçal no primeiro turno, quando ele mirou Boulos. Fez aquelas coisas de droga, de que ele usava cocaína, bateu de todas as formas no Boulos e isso cristalizou uma visão de que ele é invasor de terreno e é de ultraesquerda. Tales Faria, colunista do UOL

Tales vê um quadro complicado para Boulos na disputa com Nunes, uma vez que os níveis de rejeição ao candidato do PSOL permanecem elevados a pouco mais de uma semana da votação do segundo turno.

Boulos não está conseguindo reverter isso. Se ele diminuir a rejeição, pode até ser que ganhe alguma coisa, mas para dar uma virada teria que haver uma queda significativa da rejeição. É muito difícil o quadro para Boulos neste momento.

Se você tem uma rejeição de 56%, como aponta o Datafolha, é muito pouco provável que se consiga superar os 50% dos votos a seu favor. A situação do Boulos é muito ruim. Vamos ver como ele tentará sair dessa. Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Haddad acerta ao analisar transição do Brasil ao pós-bolsonarismo

O ministro da Fazenda Fernando Haddad faz um diagnóstico preciso da transição do Brasil ao pós-bolsonarismo e ao apontar a necessidade de ajustes no discurso da esquerda, disse o colunista Josias de Souza.

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Quando falta o utópico, prevalecem as distorções distópicas. Pablo Marçal vendeu ilusões durante a campanha [à Prefeitura de São Paulo]. Ele não é o melhor exemplo, mas foi um grande aviso do que pode vir a ocorrer. O Brasil vive hoje a fase de transição do bolsonarismo ao pós-bolsonarismo e há diagnósticos, alguns muito bem feitos - como esse do Haddad, que indica uma necessidade de ajuste, de aperto de parafusos da esquerda.

Assim como Valdemar Costa Neto [presidente do PL]; o outro lado também sente a necessidade de promover ajustes. Ele disse que a extrema direita alojada no partido dele precisa se aproximar do centro e colocou Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo] no primeiro lugar da fila para 2026.

Quando Valdemar começa a dizer isso em voz alta, é porque já admite Bolsonaro como carta fora do baralho para 2026 e que a extrema direita precisa se achegar ao centro. Assim também com a esquerda, já que é no centro onde está a definição destes dois campos, que estão zonzos. Isso não ocorre só no Brasil; está acontecendo nos Estados Unidos. Josias de Souza, colunista do UOL

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Opinião

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