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Josias: Haddad acerta ao analisar transição do Brasil ao pós-bolsonarismo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acerta ao fazer um diagnóstico da transição do Brasil ao pós-bolsonarismo e ao apontar a necessidade de ajustes no discurso da esquerda, disse o colunista Josias de Souza no UOL News desta sexta (18).

Em entrevista à colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, Haddad disse que a "esquerda está devendo um sonho" e "não está dialogando com um projeto de futuro", enquanto "palhaços de extrema direita ocupam o picadeiro".

O Brasil vive hoje uma fase de transição do bolsonarismo ao pós-bolsonarismo e há diagnósticos, alguns muito bem feitos, como esse do Haddad, que indica uma necessidade de ajuste, de aperto de parafusos da esquerda.

O outro lado também sente a necessidade de promover ajustes. Valdemar da Costa Neto [presidente do PL] disse que a extrema direita alojada no partido dele precisa se aproximar do centro e colocou Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo] no primeiro lugar da fila para 2026.

Quando Valdemar começa a dizer isso em voz alta, é porque já admite Bolsonaro como carta fora do baralho para 2026 e que a extrema direita precisa se achegar ao centro. Assim também com a esquerda, já que é no centro onde está a definição destes dois campos, que estão zonzos. Isso não ocorre só no Brasil; está acontecendo nos Estados Unidos. Josias de Souza, colunista do UOL

Para Josias, o PT deveria dar mais ouvidos a Haddad e se readequar aos tempos atuais, como a direita tem feito.

Haddad é uma das vozes mais lúcidas do PT hoje. Ele consegue enxergar essa necessidade de o partido ampliar seus horizontes e conversar com setores da sociedade com os quais não tem dialogado adequadamente.

Há outro personagem no PT que tem um discurso muito ajustado aos novos tempos: Edinho Silva [atual prefeito de Araraquara]. É preciso lhe dar mais atenção. Ele estava cotado para suceder Gleisi Hoffmann na presidência do PT no ano que vem, mas já começaram a dizer que isso não vai ocorrer após perder as eleições. Mas a derrota amadureceu ainda mais o discurso dele.

O Edinho diz que o PT precisa parar de apostar na polarização, mudar completamente o discurso e passar a defender o oposto: a união do país. Aliás, o Lula disse que faria isso quando venceu, ao chegar ao Palácio pela terceira vez. Só que hoje ele governa para um terço do país. Então, ele deu as costas para esse discurso.

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O próprio Lula disse, ainda nesse início de semana, que é preciso rediscutir o papel do PT. Ele tem noção de que há necessidade disso. A direita tem a noção de que há necessidade de se afastar do Bolsonaro e chegar a algum ponto que se pareça com o bom senso. E, como sabemos todos, a democracia tem espaço para todo mundo. Josias de Souza, colunista do UOL

Tales: Rejeição de Boulos se cristalizou com ataques de Marçal

Os seguidos ataques realizados por Pablo Marçal (PRTB) ao longo do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo solidificaram a alta taxa de rejeição a Guilherme Boulos (PSOL), afirmou o colunista Tales Faria.

A única possibilidade de virada seria derrubar a rejeição dele próprio. Esse é o principal problema do Boulos. A rejeição não permitiu que os votos que desistiram do Nunes migrassem para ele. Por que essa rejeição? Essa é a grande pergunta.

A hipótese mais aceitável é que essa rejeição esteja cristalizada por conta dos sucessivos ataques do Marçal no primeiro turno, quando ele mirou Boulos. Fez aquelas coisas de droga, de que ele usava cocaína, bateu de todas as formas no Boulos e isso cristalizou uma visão de que ele é invasor de terreno e é de ultraesquerda. Tales Faria, colunista do UOL

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