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Israel diz que 'eliminou' possível sucessor da liderança do Hezbollah

24.mai.2024 - O chefe do conselho executivo do Hezbollah, Hashem Safieddine, participa de uma cerimônia do grupo militante xiita nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano Imagem: ANWAR AMRO/AFP

Do UOL*, em São Paulo

22/10/2024 18h06Atualizada em 22/10/2024 19h46

Israel confirmou, nesta terça-feira (22), que matou, em um bombardeio há três semanas no sul de Beirute, Hashem Safieddine, apontado como possível sucessor de Hassan Nasrallah, líder histórico do Hezbollah, assassinado em outro ataque poucos dias antes. O grupo ainda não se manifestou sobre a declaração israelense.

O que aconteceu

"Agora podemos confirmar que o chefe do Conselho Executivo do Hezbollah, Hashem Safieddine, e o chefe da Direção de Inteligência do Hezbollah, Ali Husein Hazima, foram abatidos junto a outros comandantes do Hezbollah em um bombardeio há cerca de três semanas", informou o exército israelense em um comunicado. Safieddine era chefe do conselho executivo do Hezbollah.

As mortes ocorreram durante um ataque israelense na área de Dahieh, apontado por Israel como um reduto terrorista do grupo em Beirute. Conforme a nota, o alvo do ataque foi o principal quartel-general de inteligência do Hezbollah, localizado no subsolo do território onde ficam os civis. Mais de 25 membros do grupo estavam dentro do quartel-general, incluindo Bilal Saib Aish, que, segundo Israel, "estava encarregado da coleta de inteligência aérea no quartel-general de inteligência do grupo na Síria".

No texto, as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em português) destacaram o histórico de Safieddine. Eles apontaram que o homem também era membro do Conselho Shura, o fórum político-militar mais antigo e importante do Hezbollah, e que era responsável por decisões e formulação de políticas na organização, que é definida por Israel como "terrorista".

As IDF também destacaram que Safieddine era primo Hassan Nasrallah, o antigo líder do grupo e com "influência significativa" na tomada de decisões do grupo. Israel afirmou que durante o período que Nasrallah estava ausente do território libanês, o primo atuou como secretário-geral do Hazbollah. "Ao longo dos anos, Safieddine dirigiu ataques terroristas contra o Estado de Israel e participou dos processos centrais de tomada de decisões."

Ao lado de Hashem, o terrorista Ali Hussein Hazima, o comandante do Quartel-General de Inteligência do Hezbollah, também foi eliminado. Ele era responsável por dirigir vários ataques a soldados das IDF. As IDF continuarão a operar contra comandantes sêniores do Hezbollah e qualquer um que represente uma ameaça aos civis israelenses.
IDF, em nota

Agência divulgou que Israel havia tentado matar Safieddine

O Exército de Israel teria tentado matar Hashem Safieddine, chefe do conselho executivo do Hezbollah, durante um ataque aéreo em Beirute, no Líbano, na noite do dia 2 de outubro (horário local). A informação foi divulgada pela agência Axios, de acordo com falas de três autoridades israelenses. Após o ataque no dia 2, bombardeiros prosseguiram em Beirute.

Oficial disse na ocasião que ainda não estava claro se Safieddine foi morto no ataque. Segundo o oficial israelense e o jornal The New York Times, o homem estava em um bunker subterrâneo para uma reunião da alta liderança do grupo. Safieddine era um dos principais nomes cotados para suceder Nasrallah, morto por um ataque de Israel no fim de setembro. Autoridades israelenses disseram anteriormente ao jornal norte-americano que Safieddine era um dos poucos líderes sêniores do grupo que não estava presente no local onde o líder foi morto.

Ataque ocorreu em um subúrbio ao sul da capital Beirute. A área tem diversos complexos usados pelo Hezbollah, conforme a agência. Relatos da imprensa libanesa indicaram que essa ação do exército de Israel foi maior do que o ataque que matou o então líder do grupo.

Safieddine foi listado como terrorista em 2017. A classificação foi dada pelo Departamento de Estado dos EUA e pela Arábia Saudita, com base no papel desempenhado por ele no grupo.

Hezbollah reivindica ataque contra residência de Netanyahu

O movimento libanês Hezbollah reivindicou nesta terça-feira (22) o ataque com drones contra a casa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no centro de Israel.

O Hezbollah declarou sua "responsabilidade total, completa e exclusiva''. A informação foi dada por Mohamad Afif, secretário de relações com a imprensa do grupo islamista pró-Irã, em uma entrevista coletiva.

Se não conseguimos alcançá-lo desta vez, temos muitos dias pela frente.
Mohamad Afif, secretário de relações com a imprensa do Hezbollah

Netanyahu já havia culpado ''aliados do Irã'' pela ação e dito que pagariam ''preço alto'' pelo o que ocorreu. ''A tentativa do Hezbollah, representante do Irã, de assassinar a mim e a minha esposa foi um grave erro'', afirmou o primeiro-ministro pelas redes sociais. A missão iraniana na ONU declarou que a ação "foi executada pelo Hezbollah".

A família não estava no imóvel e ninguém se feriu. O ataque aconteceu no sábado (19) em uma residência particular do premiê na cidade de Cesareia. Israel confirmou o episódio momentos depois.

Outros drones também foram lançados no mesmo dia em Cesareia. Segundo as Forças de Defesa de Israel, os militares conseguiram detectar e interceptar dois deles.

A casa de Netanyahu já foi alvo de inúmeros protestos israelenses nos últimos dois anos. O primeiro foi contra a reformar judicial, e o outro para exigir um acordo de trégua em Gaza que permitisse a libertação de reféns.

(*Com AFP e Deutsche Welle)

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