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Israel tentou matar possível sucessor de líder do Hezbollah, diz agência

O Exército de Israel teria tentado matar Hashem Safieddine, chefe do conselho executivo do Hezbollah, durante um ataque aéreo em Beirute, no Líbano, na quarta-feira (2) à noite (horário local). Safieddine é primo e possível sucessor do líder assassinado do grupo, Hassan Nasrallah. A informação foi divulgada pela agência Axios, de acordo com falas de três autoridades israelenses.

O que aconteceu

Oficial disse que ainda não está claro se Safieddine foi morto no ataque. Segundo o oficial israelense e o jornal The New York Times, o homem estava em um bunker subterrâneo para uma reunião da alta liderança do grupo. Safieddine é um dos principais nomes cotados para suceder Nasrallah, morto por um ataque de Israel na semana passada. Autoridades israelenses disseram anteriormente ao jornal norte-americano que Safieddine era um dos poucos líderes sêniores do grupo que não estava presente no local onde o líder foi morto.

Ataque ocorreu em um subúrbio ao sul da capital Beirute. A área tem diversos complexos usados pelo Hezbollah, conforme a agência. Relatos da imprensa libanesa indicaram que essa ação do exército de Israel foi maior do que o ataque que matou o então líder do grupo.

As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) ainda não divulgaram oficialmente se o ataque tinha Safieddine como alvo. O Hezbollah também não se manifestou sobre o chefe do conselho executivo estar na mira da ação de quarta.

Safieddine foi listado como terrorista em 2017. A classificação foi dada pelo Departamento de Estado dos EUA e pela Arábia Saudita, com base no papel desempenhado por ele no grupo.

Ataques contra Beirute continuam, e Safieddine pode ser o alvo novamente

Várias explosões foram ouvidas nas proximidades do Aeroporto de Beirute. Os barulhos ocorreram por volta da meia-noite de sexta-feira (4) no horário local (18h de quinta-feira, 3, no horário de Brasília).

Alvo do ataque israelense seria possível novo líder do Hezbollah. O jornalista Barak Ravid, da agência Axios, afirmou no X (antigo Twitter) que duas fontes israelenses confirmaram que o alvo do novo ataque em Beirute seria Hashem Safieddine, provável sucessor do chefe do grupo extremista, morto em um ataque israelense na semana passada. Os ataques de hoje soaram semelhantes às explosões que mataram Nasrallah, conforme relatos de pessoas na região.

Hezbollah diz que Israel está atacando vários pontos onde acredita que Safieddine está. Na noite desta quinta (horário de Brasília), o grupo escreveu que o "inimigo" não tem certeza sobre o paradeiro do possível sucessor de Nasrallah e, por isso, tem como alvo "muitas áreas suspeitas". Em publicação, o Hezbollah declarou que a ação ocorre como "retaliação às derrotas que sofre por parte" do grupo.

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Fogo e muita fumaça. Imagens da Reuters mostraram uma enorme bola de fogo seguida por uma grande nuvem de fumaça subindo sobre os subúrbios ao sul de Beirute. Novo ataque ocorre depois que os militares israelenses emitiram um alerta de evacuação aos residentes de vários edifícios específicos no subúrbio de Bourj el Barajneh, no sul da capital libanesa.

Fumaça e chamas sobem nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, após um ataque
Fumaça e chamas sobem nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, após um ataque Imagem: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

Exército de Israel atacou ao menos 11 vezes. Uma fonte próxima do Hezbollah afirmou que Israel conduziu 11 ataques sucessivos no reduto do grupo xiita no sul de Beirute na sexta. Correspondentes da AFP na capital ouviram os estrondos. "Israel atacou os subúrbios do sul 11 vezes consecutivas", disse a fonte sob condição de anonimato. O bombardeio foi tão intenso que os alarmes dos carros dispararam e os edifícios tremeram em Beirute e arredores.

Exército israelense emitiu alertas a moradores de bairro no sul de Beirute. As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) divulgou no X (antigo Twitter) um "aviso urgente" para a evacuação dos moradores de um prédio e de outros edifícios adjacentes no bairro de Hadath, no sul de Beirute.

Ataques israelenses contra o Líbano já mataram quase 2.000 pessoas

Quase 2.000 pessoas foram mortas no Líbano por ataques israelenses. Um balanço divulgado nesta quinta-feira (3) pelo ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, indica que ao menos 1.974 pessoas morreram e outras 9.384 ficaram feridas. A maioria dessas vítimas foi registrada nas últimas duas semanas.

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Nas últimas 24 horas foram 37 mortos e 151 feridos, segundo o governo local. Entre as vítimas estão dois adolescentes brasileiros e seus pais, assim como um saldo de milhares de feridos. A situação em Beirute, a capital do país, é descrita como "tensa e terrível" por brasileiros que estão na região, com risco de guerra total.

A região sofre com os contínuos ataques aéreos de Israel contra áreas civis em Beirute, no sul e no Vale do Beqaa. Israel e o grupo Hezbollah do Líbano têm trocado tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano passado, detonada após um ataque do grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, e que controla Gaza. Na última semana, Israel intensificou sua campanha militar no Líbano.

Líbano responde a ataques de Israel pela primeira vez desde o início do confronto. Hoje, mais cedo, o Exército do Líbano disparou contra tropas israelenses pela primeira vez desde o início da ofensiva de Tel Aviv contra o Hezbollah, há cerca de duas semanas.

Em publicação no X, o Exército libanês informou que reagiu às agressões. O ataque ocorreu após um soldado libanês ter sido morto em um ataque israelense.

"Um dos soldados foi martirizado pelo inimigo israelense em um centro militar na região de Bint Jbeil, no sul. Os membros do centro responderam contra as fontes de disparos", afirmou a mensagem.

Antes da resposta, o Exército libanês havia divulgado que um soldado morreu e outro foi ferido em razão de um ataque "do inimigo israelense". A agressão teria ocorrido durante a realização de uma missão de evacuação e resgate com a participação da Cruz Vermelha libanesa na vila Taybeh, na cidade de Marjayoun, no sul do Líbano.

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Até agora, as Forças Armadas do Líbano não haviam participado dos combates contra Israel. O governo Netanyahu alega que sua ofensiva no país é apenas contra o Hezbollah, que atua no país.

Incursão terrestre no Líbano começou na terça (1º)

Forças israelenses invadiram o país vizinho por terra. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que a aviação e a artilharia realizam ataques de apoio na área. Cerca de vinte vilas libanesas perto da fronteira receberam ordem de evacuação. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito desde 23 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas.

Início da incursão ocorreu horas antes de bombardeio do Irã a Tel Aviv. Ataque foi uma resposta ao assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, informaram os iranianos. Uma parte dos mísseis caiu sobre cidades israelenses, mas a maioria foi interceptada. Três pessoas ficaram feridas na Jordânia, informou o governo local.

Israel promete retaliar o Irã após os ataques de mísseis. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a resposta pode provocar uma escalada da guerra. Agentes importantes no cenário mundial, incluindo os Estados Unidos e Rússia, podem dar um novo desenho ao conflito.

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