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OPINIÃO

Sakamoto: enquanto Maduro sonha com 'porrada', Brasil age como adulto

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/11/2024 18h19Atualizada em 01/11/2024 18h20

O ditador venezuelano Nicolás Maduro age como uma criança que pratica bullying e adoraria receber tom alto do governo brasileiro para poder validar sua escalada de poder, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News 2ª Edição desta sexta-feira (1º).

Por meio de nota na tarde de hoje, após falar que evitaria manifestação sobre ataque em rede social vindo da Venezuela, o Brasil criticou a "escalada retórica" e "ataques pessoais" recebidos pelo governo Maduro.

Quando boa parte do mundo deu as costas para a Venezuela, o Brasil não. O Brasil agiu como o adulto na sala. Agora, a Venezuela e o grupo do Maduro agem como uma criança do bullying: há um adulto na sala tentando pacificar a criança do bullying, que é birrenta e quer causar.

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Essa nota do Brasil foi extremamente polida (...) não atacou nem xingou o Maduro. Que é exatamente o que o Maduro quer. O Maduro adoraria uma resposta do mesmo tom para poder fazer essa escalada [de poder]. Nicolás Maduro vive de fantasia. É a fantasia da invasão da Guiana, da guerra com os Estados Unidos. Ele deveria se preocupar com outra realidade que é o povo dele com fome.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto lembrou que a Venezuela não agiria contra o Brasil, porque não faria sentido e não receberia apoio de aliados.

A Venezuela não vai invadir o Brasil. Primeiro, que não faz sentido nenhum. Segundo, que não tem cabimento no ponto de vista militar ou político, qualquer que seja. E terceiro, se fizer isso, a Rússia e a China que são fiadoras dela vai falar 'ô, ô, ô, ô, volta'.

Não tem sentido nenhum, a Rússia-China que reconheceram [o governo] Maduro, ao contrário do Brasil, não tem interesse nenhum nesse tipo de confusão junto aos principais membros e parceiros do BRICS. Não tem sentido. O que acontece, na verdade, é que ao atacar o Brasil, que tem tomado uma atitude, e isso que é o mais interessante, o Brasil não tá dando as costas pra Venezuela, o Brasil tá mandando o diálogo. E o governo Lula foi muito criticado por manter o diálogo e é importante, porque quem é irresponsável simplesmente dá as costas.

Acontece que o Brasil abrir diálogo não significa o Brasil reconhecer o governo Maduro. O governo do Brasil não reconheceu o governo Maduro, ainda não reconheceu, tanto que não reconheceu que ele não pôde nos BRICS apoiar a entrada de um governo que ele não reconhece como vitorioso das eleições, não tem como. A Venezuela está aproveitando para utilizar aquela imagem de construção de inimigo externo que era só os Estados Unidos. (...) Para o Maduro é importante isso porque ao mostrar que aqui do lado do quintal há um representante de inimigo externo, ele acaba motivando a militância dele.
Leonardo Sakamoto

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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