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OPINIÃO

Jamil: Medidas de Trump podem elevar inflação nos EUA e afetar Brasil

Colaboração para o UOL

06/11/2024 10h53

Os planos de Donald Trump para a economia dos Estados Unidos podem causar a alta da inflação no país e respingar no Brasil, disse o colunista Jamil Chade no UOL News desta quarta (6).

Trump está de volta à Casa Branca após derrotar a democrata Kamala Harris e conquistar mais de 270 delegados no colégio eleitoral, segundo projeção não oficial, mas historicamente aceita, feita por serviço elaborado por estatísticos a pedido de institutos e meios de comunicação. A vitória foi cravada às 7h32 (horário de Brasília), quando o republicano garantiu 276 delegados.

As medidas planejadas por Trump para a economia americana são inflacionárias. A ideia é proteger o mercado, colocando tarifas contra produtos estrangeiros. Quando se faz isso, as mercadorias de fora não têm como entrar ou entram com preço mais elevado e, claro, existe um acréscimo nos preços internos.

Sim, isso é considerado como potencial fator de inflação nos EUA. Se isso acontecer, sabemos que o Fed [Federal Reserve, banco central dos EUA] terá que agir e elevar a taxa de juros. Se o Fed elevar a taxa de juros, sabemos o que acontece no Brasil. Jamil Chade, colunista do UOL

Jamil discordou da declaração do ministro da Fazenda Fernando Haddad, que considerou o discurso de vitória de Trump mais moderado do que o adotado durante a campanha.

Haddad está cometendo um equívoco ao falar que Trump não adota exatamente o que promete. Não foi o que aconteceu em 2016. O que ele não implementou foi por não conseguir, e não por que não quis.

Ouvi isso de muitos líderes internacionais, inclusive do ex-diretor da OMC [Organização Mundial do Comércio] Roberto Azevêdo, que também dizia que 'uma coisa é eleição, outra é o governo'. Trump chega ao poder e instaura uma guerra comercial contra a China e o mundo e desmonta a OMC.

Deixemos claro que uma das 'novidades' do trumpismo é de aplicar o que ele promete na campanha eleitoral. Não contaria com essa história de que 'campanha é campanha, governo é governo'. Jamil Chade, colunista do UOL

Kennedy: Caminho para Bolsonaro voltar como Trump é bem mais espinhoso

Embora tenha celebrado a vitória de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro tem um trajeto mais difícil do que o percorrido pelo republicano para se livrar de suas questões com a Justiça e voltar a ser um protagonista político, analisou o colunista Kennedy Alencar.

A vitória de Trump dá discurso para Bolsonaro escrever e falar o que está falando. No entanto, para infelicidade dele, o caso de Bolsonaro não está nas mãos de Deus e nem do eleitor, mas da Justiça. Ele tem uma condenação na Justiça Eleitoral e está inelegível. A Suprema Corte e a Procuradoria-Geral da República tramitam inquéritos sobre os atos golpistas de 8/1. A situação dele é completamente diferente.

A legislação americana permitia que Trump, mesmo com uma condenação em Nova York, pudesse ser candidato. A Suprema Corte dos EUA lhe deu uma espécie de salvo-conduto. São situações completamente diferentes.

O Brasil não é uma república de bananas. O Supremo e o Tribunal Superior Eleitoral serão barreiras para essa tentativa do Bolsonaro de embaralhar as coisas para fazer sobre o Congresso para aprovar uma anistia. Ele diz que é para diminuir a pena 'daqueles pobres coitados que foram fazer uma arruaça', o que é uma mentira. Tem gente comprando esse discurso na base congressual para incluir uma anistia dele.

O caminho para Bolsonaro ter uma volta como a do Trump é muito mais espinhoso. Depende de uma anistia no Congresso que será analisada pela Suprema Corte, e isso é inconstitucional. Esse caminho está bloqueado para Bolsonaro. Kennedy Alencar, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

Tales: Vitória de Trump é recado a Lula para melhorar comunicação

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos transmite ao governo Lula a necessidade de melhorar sua comunicação, afirmou o colunista Tales Faria.

Há um recado que Trump está passando para Lula e ele precisa entender. Hoje em dia, não é mais só economia; em tempos de internet, é a economia e a comunicação.

Uma frase que Trump usou muito na campanha foi: 'Vocês estão melhores agora do que antes?'. Joe Biden [atual presidente dos EUA] tem uma boa gestão da economia, assim como Lula por aqui, mas ele não conseguiu comunicar isso, assim como Lula também não. Tales Faria, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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