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Matt Gaetz recusa cargo no governo Trump em meio à acusação de crime sexual

Donald Trump e o deputado pela Flórida Matt Gaetz Imagem: Mike Segar / AFP

Do UOL, em São Paulo e Colunista do UOL, em Nova York

21/11/2024 14h45Atualizada em 21/11/2024 15h01

O republicano Matt Gaetz desistiu de aceitar a nomeação para o cargo de secretário de Justiça e procurador-geral no próximo governo de Donald Trump. O presidente eleito dos EUA havia indicado o congressista da Flórida na semana passada.

O que aconteceu

Gaetz, 42, está no centro de uma polêmica envolvendo uma investigação federal sobre tráfico sexual que começou ainda durante o primeiro mandato de Trump. O inquérito apontava que Gaetz e o também republicano Joel Greenberg ofereciam dinheiro e presentes a meninas menores de idade, em troca de sexo. Greenberg admitiu o crime em 2021.

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O republicano disse que nomeação estava "injustamente se tornando uma distração" para o trabalho da transição. A decisão, segundo ele, foi tomada após "excelentes reuniões com senadores". "Agradeço o feedback atencioso deles - e o apoio incrível de tantos", escreveu.

"Não há tempo a perder em uma briga desnecessariamente prolongada em Washington, portanto, retirarei meu nome da consideração para servir como procurador-geral. O DOJ de Trump deve estar no lugar e pronto no primeiro dia", declarou.

Continuo totalmente comprometido em ver Donald J. Trump como o presidente mais bem-sucedido da história. Serei eternamente honrado pelo fato de o presidente Trump ter me nomeado para liderar o Departamento de Justiça e tenho certeza de que ele salvará a América.
Matt Gaetz, em publicação no X

Trump lamentou a recusa

Trump agradeceu aos "esforços recentes" de Gaetz pelo cargo. "Ele estava indo muito bem, mas, ao mesmo tempo, não queria ser uma distração para a Administração, pela qual ele tem muito respeito. Matt tem um futuro maravilhoso, e estou ansioso para assistir a todas as grandes coisas que ele fará", escreveu o presidente eleito na Truth Social.

Ele é um dos congressistas mais polêmicos e criticados nos Estados Unidos. Apesar disso, foi escolhido como secretário de Justiça e procurador-geral, um cargo-chave, em recompensa por sua lealdade.

Caso assumisse cargo, Gaetz teria grande influência no Executivo. O congressista costuma se posicionar na extrema direita radical, e é odiado pelos democratas e até mesmo por parte dos republicanos.

Gaetz havia renunciado ao seu assento na Câmara na semana passada, horas depois de Trump indicá-lo para liderar o Departamento de Justiça. Decisão levantou dúvidas no Congresso sobre o futuro da investigação do comitê sobre alegações de que Gaetz teria tido relações sexuais com uma adolescente de 17 anos. Alguns republicanos no Senado pediram que os detalhes da investigação fossem divulgados.

O Departamento de Justiça, que Trump desejava entregar a Gaetz, conduziu sua própria investigação de três anos sobre as alegações de tráfico sexual contra o então parlamentar, mas não apresentou acusações criminais. Gaetz esteve reunido na quarta-feira (20) com republicanos do Senado, que têm o poder de confirmar ou bloquear sua nomeação.

Segundo o processo, Gaetz pagou mulheres e uma menor de idade para fazer sexo com ele e outros homens. Os "outros homens" não foram identificados nos documentos do tribunal. Outro republicano, Joel Greenberg foi condenado a 11 anos de prisão.

Os agentes federais investigaram ainda uma viagem que Gaetz fez às Bahamas com um grupo de mulheres e um doador de sua campanha. O que a Justiça queria saber é se as mulheres foram pagas ou receberam presentes para ter relações sexuais. Os promotores também investigaram se Gaetz e seus aliados tentaram garantir empregos no governo para algumas dessas mulheres.

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