Professora: Rússia sinaliza que guerra vai escalar até a posse de Trump
Colaboração para o UOL
21/11/2024 13h51
Se a acusação de Kiev de que a Rússia lançou um míssil intercontinental for verdade, há um jogo de retórica que indica o escalonamento da guerra na Ucrânia, avaliou a professora de relações internacionais Danielle Ayes ao UOL News desta quinta (21). Essa intensificação do conflito, porém, deve durar apenas dois meses, ou seja, até a posse do presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Essa seria a primeira vez desde a eclosão da guerra da Ucrânia que a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra Kiev. Essas ogivas têm alcance de milhares de quilômetros. Por isso, a professora destaca que não seriam necessárias no caso da Ucrânia.
Se a gente olhar isso do ponto de vista racional, isso seria muito pouco funcional. Primeiro, que é muito cara a utilização desse míssil, é muito complexo. Ele tem toda uma dificuldade de fazer um lançamento para atacar uma região, para a qual tem outros meios mais capazes. Então, é um jogo de retórica, mas acho que significa de forma bem clara que a guerra vai escalar nos próximos dois meses.
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E por que dois meses? Porque é o prazo que vamos ter até a posse de Trump. E o que vai ser dessa guerra até Trump tomar posse da Presidência dos Estados Unidos e de alguma forma dar a solução que ele vinha tentando aplicar, que é das fronteiras atuais ficarem como estão, da Europa perder apoio significativo econômico e militar da Otan e ter que se virar por si só frente às ameaças e da Ucrânia ficar a sua própria sorte.
Danielle Ayes, professora de relações internacionais
De acordo com a professora, o lançamento da ogiva pode ter como causa a autorização do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para que a Ucrânia utilizasse mísseis estadunidenses de longo alcance contra território russo.
Ela [Rússia] me parece que tem duas motivações. A primeira é talvez, de entender a capacidade real desses mísseis e como ele, obviamente, poderia ser parado por uma força que estaria sendo usada na Ucrânia. E segundo, de dissuasão, ou seja, de dizer: "Nós temos realmente esse míssil, estamos lançando e nós estamos blefando".
Eu acho que nós temos que voltar uns dias atrás e lembrar que isso tudo pode estar acontecendo pela questão de como os Estados Unidos, não de forma institucional, mas através das mídias, deixou escapar a notícia de que permitiu que Zelensky utilizasse seus mísseis alocados na Ucrânia, com maior distância - mais de 300 quilômetros - para atacar o território russo.
E, obviamente, isso fez com que Putin tivesse mudado a sua doutrina, reorganizado a doutrina militar da Rússia para poder usar armamento nuclear e chegou a possibilidade de usar os mísseis intercontinentais balísticos como forma de comissionamento.
Danielle Ayes, professora de relações internacionais
Ouvidor: Tarcísio é o maior responsável por mortes provocadas por PMs
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o maior responsável pela atuação violenta da polícia que resulta em mortes, afirmou o ouvidor das Polícias do estado, Claudio Aparecido da Silva, mais cedo ao UOL News.
Um dos casos mais recentes, o do estudante de Medicina Marco Aurélio Acosta, de 22 anos, chamou atenção pelas imagens de câmeras de segurança que mostram o momento em que um dos policiais dispara contra o jovem. A ação ocorreu na madrugada desta quarta-feira (20).
Eu avalio que o Governador nessa cadeia de comando é a maior autoridade responsável por tudo que está acontecendo. Já foram apontadas em inúmeros momentos, ao longo dos últimos dois anos, várias questões relacionadas à forma e à postura que a polícia tem tido no estado. Se ele não toma as providências que deveriam ter sido tomadas já há muito tempo, ele precisa, sim, ser responsabilizado. Assim como eu avalio que vários órgãos que deveriam estar atuando e não estão atuando precisam também ser responsabilizados.
Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo
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'Irresponsabilidade', diz pai de estudante de medicina morto por PM em SP
A ação de policiais militares que resultou na morte do estudante de medicina foi uma "irresponsabilidade", disse Júlio César Acosta Navarro, médico e pai do jovem, em entrevista ao UOL News.
Isto é o maior crime que pode ser cometido, um assassinato. Não há nenhuma justificativa, nem sequer a versão oficial que diz que meu filho cutucou a ambulância, correu para dentro e aconteceu tudo o que está aí. Isso é uma coisa que não tem justificativa.
Quero denunciar a irresponsabilidade, a maldade, a crueldade, o sadismo, a xenofobia, a discriminação. Quero que fique bem claro: sou cientista, professor da USP. Todos da minha família são médicos e gente que trabalha muito, paga seus impostos, contribui com a ciência. E isso é uma coisa que destruiu totalmente a minha família. Júlio César Acosta Navarro, médico e pai da vítima
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Josias: PGR cogita fundir inquéritos em 'denúncia única' contra Bolsonaro
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, estuda reunir todas as denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e apresentá-las em uma peça única, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News.
Segundo Josias, a PGR avalia que casos como a tentativa de golpe de Estado, a falsificação de cartões de vacina contra covid-19 e a venda de joias pertencentes à União no exterior estão interligados, o que justificaria a apresentação de uma denúncia única contra o ex-presidente.
O trabalho da polícia é facilitado pelo fato de que todas essas investigações estão sob a relatoria de um único ministro, o Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele cuidou de estabelecer liames entre as investigações e inclusive, segundo soube, autorizou meses atrás o compartilhamento de dados. Informações úteis para diferentes inquéritos foram compartilhadas, e eles passaram a se comunicar.
[O jornal] O Globo noticiou hoje, e eu falei na procuradoria e soube que é fato, que o procurador-geral da República, o Paulo Gonet, cogita unificar todas as investigações contra o Bolsonaro. Em vez de apresentar diferentes denúncias, ele unificaria em uma única.
No entendimento dos procuradores que estão assessorando Paulo Gonet na análise desses inquéritos da Polícia Federal, isso facilitaria a compreensão de toda a delinquência que envolve Bolsonaro e seus cúmplices. De fato, elas têm uma vinculação. Josias de Souza, colunista do UOL
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