Jamil Chade

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Reportagem

Kiev acusa Rússia de lançar míssil balístico intercontinental pela 1ª vez

Pela primeira vez desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra Kiev. A informação foi divulgada pelo governo de Volodimir Zelensky, indicando que o míssil teria partido da região de Astrakhan, no sul da Rússia, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira.

Os mísseis têm um alcance de milhares de quilômetros e podem ser usados para lançar tanto ogivas nucleares como bombas convencionais. Kiev, porém, não detalhou que tipo de míssil balístico teria sido usado. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar as informações.

A ação ocorre dias depois de o governo dos EUA terem autorizado os ucranianos a usar seus mísseis para também atacar o território russo.

A medida fechada entre Joe Biden e Zelensky deixou a comunidade internacional em estado de alerta, diante do que poderia ser a resposta de Vladimir Putin. O governo britânico também tomou a mesma iniciativa de permitir que seus mísseis fossem usados por Kiev, o que acabou ocorrendo horas depois do sinal verde.

Zelensky pressionava o Ocidente a permitir que as armas fossem usadas para ataques, e não apenas para uma estratégia de defesa. O temor em Washington e nas capitais europeias era de que isso significaria uma guerra declarada entre a OTAN e a Rússia.

Um dia depois, o Kremlin atualizou sua doutrina para o uso de armas nucleares, facilitando os critérios para um eventual uso. Para Putin, o gesto dos europeus e americanos representa uma "escalada militar".

Resposta com força maior

Se confirmado, é a primeira vez que Moscou usou um míssil tão poderoso e de longo alcance durante a guerra.

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Segundo Kiev, o ataque tinha como alvo empresas e infraestruturas da cidade de Dnipro. Num comunicado, as Forças Aéreas ucranianas não explicam se houve dano.

O Kremlin não se pronunciou ainda sobre a acusação de Kiev, Mas anunciou que suas defesas aéreas abateram dois mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow.

Aumento do risco nuclear

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ainda lançou críticas contra a decisão dos EUA de abrir uma base de defesa aérea em Redzikowo, na Polônia. A base entrou em operação em 13 de novembro e faz parte do sistema de defesa antimísseis Aegis Ashore da OTAN.

"Esse é outro passo francamente provocativo em uma série de ações profundamente desestabilizadoras por parte dos americanos e de seus aliados na aliança do Atlântico Norte na esfera estratégica", afirmou.

"Isso leva ao enfraquecimento da estabilidade estratégica, ao aumento dos riscos estratégicos e, como resultado, a um aumento no nível geral de perigo nuclear", indicou.

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"Dada a natureza e o nível das ameaças representadas por essas instalações militares ocidentais, a base de defesa antimísseis na Polônia há muito tempo foi adicionada à lista de alvos prioritários para destruição potencial, que, se necessário, pode ser executada com uma ampla gama de armas avançadas", indicou.

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