Biden autoriza Ucrânia a usar míssil em ataques à Rússia, dizem agências

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou neste domingo (17) que mísseis de longo alcance fornecidos para a Ucrânia sejam usados para ataques dentro da Rússia, segundo agências internacionais de notícias. A permissão, dada pela primeira vez desde o início do conflito, acontece horas depois de um ataque russo no noroeste da Ucrânia que matou ao menos sete pessoas e danificou severamente a rede elétrica.

O que aconteceu

A informação sobre a autorização foi repassada por fontes de dentro do governo norte-americano para agências de notícias, sob a condição de anonimato. Oficialmente, a Casa Branca não se pronunciou. A Ucrânia planeja realizar os primeiros ataques de longo alcance nos próximos dias, segundo as agências internacionais.
A flexibilização das restrições americanas permitem que Kiev use o Sistema de Mísseis Táticos do Exército, ou ATACMS na sigla em inglês. O míssil tem alcance de até 300 km, conforme informações disponibilizadas pela fabricante norte-americana Lockheed Martin.
A permissão foi dada após um ataque que deixou ao menos sete mortes na cidade de Lviv neste domingo. Com 120 mísseis e 90 drones, foi um dos maiores dos últimos três meses. Danos severos ao sistema de energia foram causados, segundo as autoridades ucranianas.
Há cortes de energia em regiões de Volyn, Rivne e Lviv, no noroeste, e Dnipropetrovsk e Zaporizhzhia, no sudeste ucraniano. O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que lançou ataque contra instalações de energia que abastecem o complexo militar-industrial da Ucrânia.
Outro motivo para a autorização é a decisão da Coreia do Norte de enviar milhares de tropas à Rússia em apoio à invasão da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin. Ao menos 10 mil soldados foram encaminhados a Kursk, uma região da Rússia ao longo da fronteira norte da Ucrânia, para ajudar as forças de Moscou a retomar o território conquistado pela Ucrânia.

Durante o encontro do G20, no Rio de Janeiro, a União Europeia também demonstrou apoio à Ucrânia, ainda que sem detalhar como. A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a Ucrânia "pode contar" com o apoio do bloco após os "horríveis" ataques com mísseis da Rússia.

(Com informações da Associated Press, AFP, Reuters e The Washington Post)