Congresso certifica vitória de Trump quatro anos após ataque ao Capitólio

O Congresso dos EUA certificou nesta segunda-feira (6) a vitória de Donald Trump na eleição presidencial. Ele volta à Casa Branca quatro anos após o ataque ao Capitólio.

O que aconteceu

Parlamentares se reuniram para fazer a contagem dos votos e confirmaram a vitória de Trump. Após a votação, uma projeção não oficial mostrou que Trump ganhou 312 votos do Colégio Eleitoral contra 226 de Kamala Harris. Os contadores do Congresso confirmaram, certificaram e autenticaram a eleição do republicano pelo mesmo placar projetado anteriormente. Eram necessários 270 votos para a conquista da Casa Branca.

Coube à candidata derrotada, Kamala Harris, presidir a cerimônia no Capitólio. Nos EUA, o vice-presidente também acumula o cargo de líder do Senado, onde ocorreu o evento, e é responsável pela certificação oficial.

Trump não estava presente e foi representado pelo seu vice, JD Vance, que esteve na primeira fileira da Câmara. Durante o anúncio dos resultados em estados que foram favoráveis a Harris, os democratas fizeram uma salva de palmas — em respeito a campanha da democrata. Os republicanos, por sua vez, reagiam animosamente com gritos e vibrações os resultados favoráveis durante a formalização.

Durante a cerimônia, parlamentares tiraram os certificados lacrados de cada estado, com o registro dos votos, de uma caixa de mogno. A contagem é feita em voz alta, estado por estado. Harris ficou responsável, também, por entregar os documentos para os parlamentares contadores. A democrata entrou e saiu discretamente da Câmara, e seguiu, de maneira protocolar, o que era de sua responsabilidade.

"Este anúncio pela presidente do Senado é uma declaração suficiente para certificar as pessoas eleitas. Cada um para o período que começa no dia 20 de janeiro. Ele deve ser registrado junto com a lista dos votos nos diários do Senado e da Câmara", concluiu Harris.

A certificação foi a última etapa antes da posse. Trump e seu vice, JD Vance, serão empossados em 20 de janeiro.

Segurança foi reforçada ao redor do Capitólio. A imprensa local relatou que a polícia instalou barricadas, cercas e determinou o fechamento de várias estradas, diferente do que ocorreu em 2021. Também há a presença ostensiva de policiais, que exigem ver a identidade de todos que circulam na área restrita.

06.jan.25 - Policiais do Capitólio dos EUA montam guarda em meio a uma tempestade de inverno na capital
06.jan.25 - Policiais do Capitólio dos EUA montam guarda em meio a uma tempestade de inverno na capital Imagem: ANDREW HARNIK/Getty Images via AFP
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Equipes trabalham antes do amanhecer para limpar a neve dos degraus do Capitólio antes da cerimônia para certificar vitória de Trump
Equipes trabalham antes do amanhecer para limpar a neve dos degraus do Capitólio antes da cerimônia para certificar vitória de Trump Imagem: CHIP SOMODEVILLA/Getty Images via AFP

Cerimônia ocorreu quatro anos após Trump tentar anular eleição de Biden. Em 6 de janeiro de 2021, golpistas marcharam até o Congresso após um discurso inflamado de Trump em que ele dizia que a eleição era fraudada e que seus seguidores deveriam lutar "como o diabo". O grupo depredou o prédio do Congresso, causando US$ 2,8 milhões em danos, e feriu cerca de 140 policiais na tentativa de impedir a certificação de Joe Biden.

Trump disse que vai perdoar uma grande parte dos presos pela invasão ao Capitólio. Em outubro, durante a campanha presidencial, ele afirmou que o ataque foi um "ato de amor" e que as pessoas foram a Washington para se manifestar contra a eleição "fraudada" e não por ele.

Autoridades relembraram ataque ao Capitólio. A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, afirmou que o ataque "abalou os EUA até o âmago" e que o país ainda sofre com as cicatrizes. O presidente Joe Biden disse à imprensa que o 6 de janeiro de 2021 "não deve ser reescrito" e defendeu uma transferência pacífica e "normal" de poder.

06.jan.21 - Manifestantes pró-Trump escalam um muro durante invasão ao Capitólio dos EUA
06.jan.21 - Manifestantes pró-Trump escalam um muro durante invasão ao Capitólio dos EUA Imagem: Shannon Stapleton/REUTERS

*Com informações de AFP e Reuters

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