Trump já cobiçou Groenlândia em 2019 e foi ridicularizado: 'Enlouqueceu'
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (7) não rejeitar a ideia de tomar a Groenlândia à força da Dinamarca. Curiosamente, esta não é a primeira vez que o empresário cogita assumir o controle do território.
Trump cobiçou Groenlândia em 2019
Trump, então presidente dos Estados Unidos, conversou com assessores sobre comprar a maior ilha do mundo. À época, o Wall Street Journal publicou que Trump usou "vários graus de seriedade" para questionar seu círculo sobre a compra do território dinamarquês.
Mais tarde, ele assumiu o interesse na aquisição da ilha, mas disse que "não era uma prioridade". A declaração foi dada em agosto, às vésperas da eleição presidencial que ele perderia para o democrata Joe Biden.
Entre conservadores e progressistas, políticos dinamarqueses ridicularizaram Trump. Lars Lokke Rasmussen, ex-primeiro-ministro do país, disse que "deve ser uma piada do dia da mentira... mas totalmente fora (de época)!". Já o então porta-voz do Partido Popular, Soren Espersen, afirmou que "se ele (Trump) está verdadeiramente pensando nisso, então esta é a prova final de que enlouqueceu".
Groenlandeses aceitaram comercializar com os EUA, mas negaram ideia de Trump. A Groenlândia é rica em recursos valiosos, como minerais, água e gelo, tem estoques de peixes, frutos do mar, energia renovável e é uma nova fronteira para o turismo de aventura. "Estamos abertos para negócios, não para a venda", disse o Ministério das Relações Exteriores nas redes sociais.
Em 1949, outro presidente americano tentou comprar Groenlândia. Pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Harry Truman ofereceu 100 milhões de dólares (cerca de 1,3 bilhão de dólares hoje) em ouro à Dinamarca pela ilha, em uma tentativa de construir bases estratégicas militares. Entretanto, o acordo acabou não funcionando.
O que aconteceu
Trump sinalizou que pretende tomar o controle da Groenlândia e que cogita usar as Forças Armadas para isso. Em uma coletiva de imprensa que durou mais de uma hora, o presidente eleito dos EUA afirmou que "não poderia garantir nada" sobre o uso de coerção econômica e militar para ter controle sobre a ilha e também sobre o Canal do Panamá. "Posso dizer o seguinte: precisamos deles para a segurança econômica", completou.
Presidente eleito considera tarifas contra a Dinamarca caso não haja acordo. Pouco antes dos comentários de Trump, seu filho Don Jr. chegou à Groenlândia para uma visita particular.
Dinamarca disse que "Groenlândia não está à venda". "Não acho que seja um bom caminho lutar uns contra os outros com meios financeiros quando somos aliados e parceiros próximos", disse a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, na noite desta terça-feira, em resposta aos comentários de Trump.
Primeiro-ministro da ilha negou venda do território e considera referendo de independência da Dinamarca. Múte Egede disse, há duas semanas, que "não devemos perder nossa longa luta pela liberdade". Em seu primeiro discurso de 2025, líder afirmou que "o próximo passo para a Groenlândia" é a independência e pediu para que os cidadãos considerem a ideia.
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