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Vice de Maduro ataca Corina e versão sobre prisão: 'Vai trabalhar'

A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, gesticula ao fazer um discurso durante um protesto convocado pela oposição na véspera da posse presidencial, em Caracas Imagem: FEDERICO PARRA/AFP

Do UOL, em São Paulo

09/01/2025 18h56Atualizada em 09/01/2025 21h16

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, atacou a líder opositora María Corina Machado após a oposição venezuelana anunciar que ela foi presa e depois libertada ao deixar uma manifestação contra a posse do presidente Nicolás Maduro.

Maduro irá tomar posse na sexta-feira (10) para o seu terceiro mandato consecutivo de seis anos.

O que aconteceu

"Eu aconselharia a pessoa louca a encontrar um emprego e começar a trabalhar antes que a loucura a consuma." Em uma publicação no Telegram, Rodríguez questionou "quem pensaria em fazer tal espetáculo para encobrir o fracasso retumbante do seu chamado [para as manifestações]?".

Rodríguez discorreu que uma pessoa "maluca" não precisava de um microfone para ser ouvida. "Bastava um cigarro diante de tão pouca assistência. O ridículo global não atingiu os seus desejos. Com isso, arrastou a mídia, as redes e até @JoseRaulMulino [presidente do Panamá]", acrescentou. Mulino é apoiador de Corina.

Vice-presidente ainda declarou que o povo da Venezuela, vencendo, mostra ao mundo do que são feitos: "um povo íntegro e digno". "A Venezuela continuará a ter sucesso", concluiu a publicação na qual adicionou um vídeo de Corina, apesar de não ter citado o nome dela no texto. No registro, que também circula nas redes sociais, Machado aparece afirmando que "estava bem, segura e a salvo". A autenticidade das imagens ainda não foi verificada.

Apesar da declaração da vice, o presidente venezuelano ainda não se manifestou sobre o caso.

Ministros também se manifestam

Chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto, escreveu que a operação de Corina "zombou da direita e do fascismo internacional, que imediatamente se revelou mentiroso, como sempre". Ele também compartilhou a publicação de Rodríguez.

A virulência da reação dos governos e das figuras extremistas internacionais apenas indica cumplicidade entre aqueles que não aceitam que a oposição seja um completo fracasso, e agem como sempre, fazendo grande ridículo. Machado tem vários processos judiciais abertos na Venezuela, pelos quais deve ser responsabilizada, mas as ações do governo estarão sempre de acordo com o Estado de Direito. (...) O povo da Venezuela sempre vencerá.
Yván Gil Pinto, chanceler da Venezuela

O ministro da Informação da Venezuela disse que as notícias sobre a detenção eram uma "distração da mídia" e negou que Corina tenha sido presa. "A tática de distração da mídia não é nova, portanto ninguém deve se surpreender. Menos ainda vindo de fascistas que são os arquitetos do engano. Há poucos minutos, a direita vendeu a ideia de que [Machado] havia sido atacada e detida por 'motociclistas do regime'", disse Freddy Ñáñez na plataforma de mídia social Telegram.

Já o ministro do Interior declarou que "se a decisão fosse deter [Corina], ela já estaria detida". Diosdado Cabello afirmou, segundo a Associated Press, que a oposição inventou a notícia da sua prisão para "encobrir o desastre da sua concentração" contra Maduro.

Entenda o caso

A prisão de Corina foi informada à AFP uma fonte próxima à dirigente e a situação também foi divulgada pelo partido da opositora. A equipe política de Corina e Edmundo González denunciou na rede social X que a opositora "foi violentamente interceptada ao deixar a concentração".

A mensagem afirma que agentes do regime "dispararam contra as motocicletas que a transportavam", sem fornecer mais detalhes. A publicação foi compartilhada no perfil de Corina.

No X, Edmundo González, que afirmar ter ganhado às eleições venezuelanas, exigiu a liberação da opositora. Depois da divulgação da soltura, ele declarou que o caso é "muito sério": "María Corina estar livre não minimiza o fato de que o que aconteceu foi ela ter sido sequestrada em condições de violência". Mais cedo, o político havia divulgado que a mulher estava nas ruas de Caracas e acrescentou: "Glória às pessoas corajosas!".

No início da noite desta quinta-feira (9), a equipe de Corina divulgou a liberação dela. "Hoje, saindo da concentração em Chacao, em Caracas, Corina foi interceptada e derrubada da motocicleta que dirigia. (...) Eles a levaram embora à força. Durante o período do sequestro, ela foi obrigada a gravar vários vídeos e posteriormente foi libertada. Nas próximas horas ela se dirigirá ao país para explicar os fatos."

(Com AFP)

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