Sábado, 14/12/2024 |  | | | |  | Bolsonaro e Lula | Adriano Machado/Reuters |
| Incerteza inédita sobre presidenciáveis em 2026 abre caminho para surpresas | | Thais Bilenky e José Roberto de Toledo |
| A internação hospitalar de emergência e as intervenções cirúrgicas no presidente Lula, mesmo que muito bem-sucedidas, aumentaram em algumas ordens de grandeza a incerteza sobre a eleição presidencial de 2026. Ninguém é capaz de dizer hoje, com algum grau de confiança, quem serão os candidatos daqui a dois anos. Nem à esquerda, nem à direita. Nem sequer os próprios presidenciáveis sabem se permanecerão presidenciáveis até lá. O tema é um dos destaques do episódio desta semana do A Hora, podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, disponível nas principais plataformas. Ouça aqui. |
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| Publicidade |  | |  | Vanderlan Cardoso (PSD) | Reprodução/Facebook |
| Senadores tentam 'revanche' da indústria contra Imposto do Pecado | |  | Thais Bilenky |
| No apagar das luzes de 2024, senadores tentam aprovar mudanças na regulamentação da reforma tributária que alteram o projeto aprovado na Câmara. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) apresentou emenda para tirar bebidas açucaradas como refrigerantes do imposto seletivo. Conhecido como imposto do pecado, tem alíquota mais alta para inibir o consumo por causarem mal à saúde e ao meio ambiente. O imposto do pecado é voltado a produtos como tabaco e álcool. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de refrigerantes está associado a riscos aumentados de obesidade e diabetes, e por isso a recomendação de taxação. O próprio Cardoso menciona o argumento na emenda que apresentou. Mas ele minimiza o potencial prejudicial à saúde do refrigerante, argumentando que as calorias ingeridas são insignificantes na dieta média brasileira e que o imposto afetaria a cadeia de empregos que a indústria gera. "A proposta de taxar bebidas açucaradas não se alinha com a realidade brasileira e suas particularidades nutricionais e econômicas. Políticas mais eficazes e abrangentes, focadas na educação nutricional e na conscientização sobre consumo moderado, seriam mais apropriadas", diz Cardoso no documento. |
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| Punitivistas invertem debate com vitimização para justificar violência | | Thais Bilenky e José Roberto de Toledo |
| Para além do afrouxamento dos protocolos de câmeras nas fardas dos policiais, a escalada da violência policial faz parte de um projeto, de longo prazo, armamentista e punitivista. O livro "A lei da bala, do boi e da Bíblia", recém-lançado, analisa como operam os grupos armamentistas, agropecuaristas e religiosos nos Três Poderes. O argumento central é que as forças conservadoras que movem essas pautas de interesse se ancoram numa grande estratégia retórica de vitimização. O pressuposto é um cenário de caos na segurança pública do país. Nele, os "cidadãos de bem" são vítimas de bandidos poderosos e organizados. E as forças de segurança, militares e policiais, atuam ao lado do "cidadão de bem", mas estão precarizadas e vitimadas, também elas, pelo crime. Assim se justifica a necessidade de se armar a população em legítima defesa e um robustecimento das forças policiais para fazer frente ao crime, com excludente de ilicitude e uma legislação rigorosa de proteção dos agentes de segurança. As autoras listam dezenas de projetos com esses objetivos, alguns bem-sucedidos, outros na fila, poucos arquivados — que fazem parte de um arcabouço legal voltado a dar segurança jurídica para os armamentistas. Daí o papel central de deputados na defesa da pauta. |
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|  | Homem carrega bananas perto de pichação da facção criminosa Comando Vermelho em Lábrea (AM) | Caio Guatelli/UOL |
| Comando Vermelho se consolida como maior facção criminosa da Amazônia | | Thais Bilenky e José Roberto de Toledo |
| Na última década, a Amazônia virou cenário de disputa sangrenta entre facções criminosas pelo controle de grandes partes do seu território, principalmente nas zonas de fronteira. Além das mortes e de subjugar populações ribeirinhas e indígenas, o avanço do crime organizado se tornou um risco para a própria floresta. É o que mostra o relatório "Cartografias da Violência na Amazônia", do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. E quem está mais ganhando com isso é o Comando Vermelho. O CV (Comando Vermelho), cuja origem é o Rio de Janeiro, conquistou o monopólio do crime em 130 municípios amazônicos, contra 28 dominados pelo PCC, seu principal rival. Fez isso usando as próprias armas ou se aliando a facções locais. A facção entrou na Amazônia há muito tempo, mas os conflitos só se intensificaram há menos de uma década, após um evento que aconteceu muito longe dali e mudou o mapa do crime organizado. - Em junho de 2016, o PCC matou Jorge Rafaat Toumani, "o rei do tráfico", em Pedro Juan Cabalero, na fronteira seca do Paraguai com o Brasil. Foi a tiros de metralhadora ponto 50 e mobilizando mais de 30 mercenários;
- Com o assassinato, o PCC consolidou seu domínio no que era até então a principal porta de entrada da cocaína no Brasil e fechou a rota para as facções rivais;
- O Comando Vermelho se viu obrigado a recorrer a outras rotas de importação de cocaína, e voltou-se para a região Norte.
- A disputa começou pela "rota do Solimões", que vai desde Tabatinga, na tríplice fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, até a foz do rio Amazonas;
- O conflito se estendeu ao interior dos presídios, onde provocou centenas de assassinatos.
O motivo da disputa que já provocou milhares de mortes pode ser contabilizado em centenas de milhões de dólares. Controlar uma rota que leve a cocaína da fronteira do Brasil com os países andinos até os portos de exportação para a Europa faz quadruplicar o investimento de quem a controla. |
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| Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky* | | *A newsletter do podcast A Hora retornará em 18/1
A Hora é o podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. Na TV, é exibido às 16h. O Canal UOL está disponível na Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64) e no UOL Play.
Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados. |
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