Mago dos memes e dos recortes, Pablo Marçal foi enfeitiçado pelo próprio feitiço no debate da TV Cultura. Privado pelas artimanhas do sorteio de trocar farpas com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, mais bem-postos nas pesquisas, esmerou-se nas provocações ao quinto colocado, insinuando que José Luiz Datena seria estuprador. Alvo de uma cadeirada, passou a administrar a agressão com método. Foi engolido pela esperteza. Primeiro, Marçal esboçou a intenção de permanecer no debate após a expulsão de Datena. Chegou a esticar a troca de ofensas com seu agressor no intervalo comercial. De repente, em conversa com assessores, optou por refugiar-se nas redes sociais, seu habitat natural. Deixou-se filmar no interior de uma ambulância e no leito do hospital Sírio Libanês. Exibiu as imagens na internet em meio à tese segundo a qual a cadeirada seria uma repetição dos atentados sofridos por Bolsonaro, em 2018, e Donald Trump, há pouco mais de dois meses. |