O que queria Francisco Wanderley Luiz, o homem que detonou ontem à noite explosivos na Praça dos Três Poderes e que parece ter feito do suicídio, depois de frustrado um atentado terrorista ao tribunal, seu derradeiro ato político? OS FATOS Qualquer um, também você que me lê, é um observador ou observadora da realidade. A imprensa ajuda a compor a "narrativa" no sentido em que a palavra aparece no dicionário: a exposição dos acontecimentos. O vocábulo passou a ser espancado pela extrema-direita fascistoide, de sorte que "narrativa" virou sinônimo da "versão do inimigo". Se a história não serve a seus desígnios políticos ou contraria as suas convicções, os sociopatas a substituem pela mentira, pela invencionice, pela farsa. Tratam os fatos como mera "construção de uma narrativa", e seus delírios como a verdade factual. Em quantas entrevistas, por exemplo, o "articulista e pensador" Jair Bolsonaro repetiu que o ataque aos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, foi "uma armadilha da esquerda"? Ele convida os seus seguidores a substituir a realidade pela crença, pela convicção ideológica e pela "verdade" militante. |