Letícia Casado

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Reportagem

Explosões em Brasília às vésperas do G20 alarmam delegações; Rio terá GLO

Explosões em Brasilia na noite desta quarta-feira (13) alarmaram integrantes de comitivas dos países que participarão da cúpula do G20, marcada para segunda e terça da próxima semana, dias 18 e 19, no Rio de Janeiro. A segurança dos hotéis é o principal ponto de preocupação.

O G20 recebe 55 delegações de países e organizações internacionais. Parte dos participantes já chegou ao Rio, mas os chefes de Estado chegam para o evento principal, na próxima semana, que terá a presença do presidente Lula (PT).

A cúpula vai ser realizada no MAM (Museu de Arte Moderna), no centro da cidade. As vias de acesso serão fechadas, assim como o aeroporto Santos Dumont.

As Forças Armadas atuarão, em conjunto com outros órgãos de segurança, para garantir a segurança durante a cúpula. Na última sexta-feira (8), Lula assinou um decreto autorizando a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), no período de 14 a 21 de novembro.

Além disso, a Força Nacional de Segurança Pública atuará com 95 agentes em policiamento ostensivo e preventivo no entorno do evento e nos locais das conferências.

O que preocupa as comitivas, no entanto, são as ruas próximas aos hotéis onde os líderes ficarão hospedados.

Fontes ligadas a diferentes corpos diplomáticos afirmam que o planejamento de segurança de um chefe de Estado não se resume a fechar ruas no entorno do evento e deve incluir as vias que dão acesso aos hotéis. A vistoria ainda deve incluir acessos subterrâneos, como redes de esgoto e de gás, entre outras medidas intensas e menos visíveis ao público.

A preocupação é com eventuais brechas que exponham os líderes fora de casa: se um veículo com bombas estaciona em frente ao hotel de um presidente, haverá danos. Foi o que aconteceu em 1995, quando um caminhão com explosivos feitos com fertilizante e óleo diesel explodiu em frente a um prédio na cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, matando 168 pessoas.

Um diplomata afirma que o Brasil sempre teve histórico de pouca violência política, por isso a preocupação com o tema nunca precisou ultrapassar os limites razoáveis.

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Para o integrante de uma comitiva, no entanto, o país precisa sair do discurso de lugar pacifista e intensificar os trabalhos de proteção aos líderes. Ele destaca que as fronteiras terrestres do Brasil não são controladas, o que pode facilitar o acesso por grupos internacionais que tenham interesse em atacar um determinado presidente.

A Polícia Militar do Rio vai atuar em conjunto com militares das Forças Armadas destacados para fazer a segurança das ruas no Rio. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a PF (Polícia Federal) são responsáveis pela operação de inteligência do evento.

Homem esteve na Câmara dos Deputados antes de explosão

Um homem morreu em frente a uma das entradas do STF (Supremo Tribunal Federal) e um carro explodiu na lateral de um dos prédios da Câmara dos Deputados. Os atos ocorreram quase simultaneamente. Os locais ficam próximos, a cerca de 500 metros de distância.

Ele teria se movimentado pelo anexo 4 da Câmara, onde está a maioria dos gabinetes dos deputados. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas corporais.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.