"Vê aí em Goianésia se tem algum cara...". O tenente-coronel Mauro Cid é oficial da ativa e não foi levado para um presídio comum. Está sob custódia no Batalhão de Polícia do Exército, recebe visitas e não deixa o cômodo de cerca de 20 metros quadrados na hora de café, almoço, jantar e ceia. Um dos assessores mais próximos de Jair Bolsonaro, ele foi preso na semana passada pela Polícia Federal na operação que investiga possíveis fraudes na carteira de vacinação da covid-19 do ex-presidente e outras pessoas. Carla Araújo e Juliana Dal Piva escrevem que ele tenta passar tranquilidade e não nega a gravidade do conteúdo das mensagens que embasaram a sua prisão. A delação está fora do radar. Viúva aos 16, patroa do tráfico aos 17 anos. Nascida e criada em Guarulhos, Flávia Maria da Silva esteve presa por 11 anos. Em depoimento ao UOL, ela conta como ingressou no mundo do crime ainda adolescente, por conta do namorado que vendia drogas. Viúva após uma execução, assumiu os negócios que envolviam toneladas de narcóticos e uma rede de conexões internacionais para o tráfico. Um dia, foi traída por um parceiro preso pela polícia. O passado mais recente de Flávia inclui um curso de Direito que ela começou a frequentar usando tornozeleira eletrônica. Golpistas por todos os lados. Áudios obtidos pela CNN Brasil e divulgados na segunda (8) mostram que aliados de Bolsonaro tramaram um golpe com 1.500 militares. Um dos planos obscuros era prender o ministro Alexandre de Moraes a partir das forças instaladas em Goiânia. Na conversa estão o coronel Elcio Franco, que trabalhou no Ministério da Saúde, e o major reformado Ailton Barros, assessor de Bolsonaro detido na operação que investiga fraude na vacinação contra a covid-19. Preso por omissão diante dos atos golpistas de janeiro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres depôs ontem à PF e negou interferência nas ações da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno. Ele não deu entrevistas. Segundo a defesa, Torres coopera com as investigações. O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal guardava em casa a "minuta do golpe", apreendida em outra investigação. Já são 550 os réus que respondem pela quebradeira na Praça dos Três Poderes. Novos nomes para definir a taxa de juros. Antes de partir para Tóquio, onde participa da reunião do G7, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) indicou dois novos diretores do Banco Central. Gabriel Galípolo para Políticas Monetárias e Ailton de Aquino Santos na Fiscalização. "Pessoas extremamente técnicas", disse. Galípolo tem a confiança do presidente Lula. Se aprovados pelo Senado, os dois indicados terão voto no Copom (Conselho de Política Monetária). Josias de Sousa entende a indicação de Galípolo como um infiltrado de Lula no Banco Central, para sinalizar a Campos Neto, atual presidente do BC, que a sua renúncia seria bem-vinda. Mariana Londres vê espaço para a defesa da queda antecipada dos juros. Mais diretores serão trocados, veja os nomes e o tempo restante de mandato. A força da luz que vem dos telhados. Uma das viradas na carreira do eletricista Adalberto Almeida, nascido em Guarabira (PB), se deu quando dois engenheiros europeus lançaram a primeira cooperativa de energia solar no Morro da Babilônia, no Rio. Era 2015, Adalberto tinha cursos profissionalizantes e a boa fama o levou a instalar painéis solares também. Hoje a usina de geração de energia solar do Morro da Babilônia leva o nome dele, o primeiro eletricista no ramo das energias renováveis em favelas do Rio. Como voluntário da ONG Revolusolar, Adalberto instalou módulos fotovoltaicos que ajudam 35 famílias a economizar 30% nas contas de luz. E desenvolve cursos para qualificar a mão-de-obra. "As mulheres são igualmente capazes, mas acho que esta profissão ainda é pouco difundida. No início, as pessoas se assustam, pois é um trabalho cansativo, sim. É preciso andar em cima de telhados, ter alguma força braçal", enumera. PUBLICIDADE | | |