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Galípolo chega à diretoria do BC como futuro sucessor de Campos Neto
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Lula acha que a melhor hora para nomear um novo presidente do Banco Central é quatro meses atrás, quando subiu pela terceira vez a rampa do Planalto. Ele avalia que a segunda melhor hora é agora. Lula antecipou em um ano, sete meses e 23 dias a indicação do economista Gabriel Galípolo para a chefia do BC.
Como o Banco Central dispõe de autonomia legal e o mandato de Roberto Campos Neto, atual chefe da instituição, só termina em dezembro de 2024, Lula infiltrou Galípolo na Diretoria de Política Monetária. Foi como se sinalizasse para o neto de Roberto Campos que sua renúncia —agora ou a qualquer hora— seria bem-vinda.
Egresso do mercado financeiro, Galípolo excedeu as expectativas como secretário-geral do Ministério da Fazenda. Agregou ao preparo técnico uma insuspeitada habilidade política. Cativou Lula. Transita bem no Congresso. Relaciona-se civilizadamente com o próprio Campos Neto. Fernando Haddad perderá um eficiente número 2. E Lula continuará minoritário no debate sobre taxa de juros.
Os juros permanecem em 13,75% ao ano por decisão unânime dos nove mandarins do BC —Campos Neto e oito diretores. Junto com Galípolo, chega ao colegiado um novo diretor de Fiscalização, o funcionário de carreira Ailton de Aquino Santos. Em vez de 9 a Zero, Lula seria goleado por 7 a 2.
O mercado estima que a Selic pode começar a cair até agosto. Mas isso ocorreria com ou sem Galípolo. O único sentido do envio antecipado do braço direito de Haddad para o BC é o de estimular Campos Neto a olhar para a porta de saída.
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