Quando adolescente, Irapuã Santana sonhava em vestir a farda da Aeronáutica. Hoje, o advogado de 35 anos tem outras aspirações. Após ingressar por meio de cotas raciais no curso de Direito da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), pioneira na adoção das ações afirmativas, ele atingiu o que classifica como "topo da carreira jurídica" quando trabalhou por dois anos como assessor no STF (Supremo Tribunal Federal). Agora, luta para outros negros também chegarem lá. Presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil-Seção SP), trabalha para a adoção de cotas de 30% nos eventos de todas as comissões. "Nunca tive problema em falar que era cotista", diz. De tanto ouvir que as 'cotas não mediam capacidade', questionei minha capacidade intelectual. Aquilo não fazia sentido. Na época em que estudava para o vestibular, sempre fui o 'top das galáxias' pelas minhas notas e meu conhecimento" Irapuã Santana, advogado *** COLETIVO... Durante a infância e adolescência, Luiz César, 20, do quilombo Pedra Miúda, em Alagoas, percorria cerca de 8 km até a escola mais próxima. Com um grupo de jovens, foi até a porta da Secretaria Municipal de Educação cobrar por transporte escolar decente. Desta forma, conta o estudante de Geografia na UFAL (Universidade Federal de Alagoas), nasceu a iniciativa Visibilidade da Juventude Rural. *** CASO MARIELLE... A subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques se manifestou contra o recurso de Ronnie Lessa para cassar uma decisão que o mandou a júri popular. Lessa é acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes a tiros em 2018. *** SABORES DO CONGO... A congolesa Prudence Kalamby Lizonza, 41, produz pratos cheios de memórias afetivas do Congo. Refugiada no Brasil, ela vive na Zona Leste de São Paulo com os filhos e foi uma das personagens do "Receita de Família", especial de Nossa. De violência política à religião, ela tem muita história para contar. *** ASSALTO EM SHOPPING... Parentes do segurança Jorge Luiz Antunes, 49, morto durante um assalto com reféns no último sábado (25), em um shopping de luxo no Rio de Janeiro, demonstram indignação pelo ocorrido. A sobrinha do segurança, que é negro, ressalta que o tio receberia R$ 180 pela diária, enquanto as bolsas da loja custam cerca de R$ 25 mil. PUBLICIDADE | | |