Tarcisio nega que vá deixar o Republicanos e ir para o PL
O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, negou à coluna que vá deixar o Republicanos e migrar para o Partido Liberal, apesar das declarações recentes à imprensa de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL.
"Estou muito bem no Republicanos e os dois partidos vão caminhar juntos nas eleições municipais no Estado de São Paulo", disse Tarcisio.
Segundo diferentes fontes no entorno do governador e também em Brasília, a mudança de partido pode até ocorrer no futuro, mas não virá antes do pleito de outubro.
Ao Estadão, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que, um mês atrás num jantar, Tarcisio dado a entender que a mudança de partido ocorreria "lá por junho". Interlocutores do governador dizem que trata-se de pressão para tentar atrair mais prefeitos para o PL.
Segundo fontes ouvidas pela coluna, Tarcisio chegou a cogitar uma mudança mais rápida para o PL quando houve um embate com o governo federal sobre o financiamento da obra do túnel Santos - Guarujá, mas a situação foi resolvida.
Maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o túnel vai custar R$ 6 bilhões: R$ 3 bilhões do governo federal (via autoridade portuária) e R$ 3 bilhões via governo estadual.
Meses atrás, o governo Lula se mobilizou para financiar sozinho a obra e utiliza-la numa eventual candidatura de Geraldo Alckmin ou de Márcio França ao governo estadual em 2026.
A manobra desagradou Tarcisio, que ameaçou romper com o Republicanos, que comanda o ministério de Portos e Aeroportos.
Segundo fontes do governo federal, o ministro Silvio Costa Filho conseguiu abortar a iniciativa e manter a parceria com o governo de São Paulo graças ao apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Tarcisio também está decidido a ficar no Republicanos até as eleições municipais para não atrapalhar as costuras que estão em andamento entre os dois partidos. E, pela legislação eleitoral, os prefeitos eleitos pelo Republicanos podem acompanhá-lo para o PL no futuro se assim desejarem.
Um exemplo é a prefeitura de Santos. Por lá, o embate é travado entre Rosana Valle (PL) e o atual prefeito Rogério Santos (Republicanos). Uma mudança de partido deixaria Tarcisio numa saia justa ainda maior.
Na capital paulista, foi feita uma manobra para emplacar Sonaira Fernandes, ex-secretária estadual de Políticas para Mulher, como vice de Ricardo Nunes (MDB). Com o aval de Tarcisio, ele deixou o Republicanos e foi para o PL para ganhar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também conquistou a simpatia da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro.
A base de apoio de Tarcisio na Assembleia Legislativa também poderia ser fraturada com uma mudança de partido. Pessoas próximas ao governador - tanto no Republicanos quanto no PL - acreditam que a mudança de partido ocorrerá devido à pressão de Bolsonaro, mas ainda vai demorar.
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