Erenice Guerra já esteve envolvida em outras polêmicas; relembre
Acusada de envolvimento em mais um escândalo, revelado nesta quinta-feira (16) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, a ministra Erenice Guerra deixou a Casa Civil hoje após entregar sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes de assumir a pasta no lugar da candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, Erenice era secretária-executiva da Casa Civil e já tinha seu nome envolvido em outras polêmicas. Entre elas, em 2008, a acusação de autoria de um suposto dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Na época, Dilma negou a existência do dossiê, mas admitiu que a Casa Civil reuniu informações sobre as despesas com cartões corporativos do presidente Lula e de FHC, pois os dados seriam enviados para o TCU (Tribunal de Contas da União) e à CPI dos Cartões.
O nome de Erenice também apareceu em outra polêmica sobre supostas irregularidades na venda da Varig. Em 2008, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu acusou Dilma e Erenice de pressioná-la a tomar decisões favoráveis à venda da companhia aérea ao fundo americano Matlin Patterson e três sócios nacionais. Ela nega as acusações.
Nesta semana, a agora ex-ministra e seus filhos foram alvo de denúncias de um suposto esquema de lobby dentro da Casa Civil. Segundo a Folha, uma empresa de Campinas afirma que o filho de Erenice, Saulo, cobrava dinheiro para obter liberação de empréstimos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Erenice também teria atuado, conforme reportagem publicada na revista "Veja", para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu outro filho, Israel. Em notas divulgadas nesta semana, ela negou todas as acusações.
Uma carta que Erenice divulgou na última terça-feira apontado que as denúncias partiam de um candidato “aético e já derrotado”, referindo-se ao candidato tucano ao Planalto, José Serra, sem citá-lo, gerou críticas internas e minou a possibilidade de sua permanência no cargo.
Histórico no governo
Antes de ir para o governo federal, Erenice foi chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e gerente geral de gestão do Metrô do DF.
Já na esfera federal foi gerente da Eletronorte, procuradora-geral da Escola Nacional de Administração Pública, consultora jurídica do Ministério de Minas e Energia (MME) e consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Ministério da Saúde. Trabalhou, ainda, na assessoria jurídica da Câmara dos Deputados.
Erenice também foi conselheira fiscal da Petrobras e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Segundo informações da Casa Civil, ela integra o Conselho de Administração do BNDES.
A ex-ministra se aproximou de Dilma durante o governo de Lula e, desde 2005, exercia o cargo de secretária-executiva da Casa Civil, assumindo a pasta em 31 de março deste ano após a saída da antecessora para disputar as eleições.
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