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PF indicia jornalista envolvido no caso de vazamento da Receita

Camila Campanerut <BR>Do UOL Notícias <BR>Em Brasília

25/10/2010 18h19Atualizada em 25/10/2010 18h47

O delegado da Polícia Federal Hugo Uruguai pediu nesta segunda-feira (25) o indiciamento do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que encomendou informações fiscais sobre familiares e pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB). Ele pode responder pelos crimes de violação de sigilo, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público, falsidade de selo de cartório e uso de documento público. Além de Amaury, outras sete pessoas já foram indiciadas na investigação.
 
No quarto depoimento dado à PF, com duração de cerca de 6h30 hoje, o jornalista ratificou o que disse nos três depoimentos anteriores. Segundo ele, os documentos foram copiados, sem o seu consentimento, pelo deputado estadual Rui Falcão (SP) –então um dos coordenadores de campanha de Dilma Rousseff (PT).
 
Para conseguir as informações, o jornalista teria pago despachantes de São Paulo para acessar dados das declarações de renda de pessoas como o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e a filha de Serra, em setembro e outubro de 2009.
 
Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Amaury Ribeiro Jr. afirma que iniciou a apuração porque soube que uma equipe liderada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra, estaria reunindo informações contra o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves que, na ocasião, disputava internamente a indicação do PSDB à sucessão do Planalto.

Ribeiro Jr. admite ter pedido os dados, mas nega ter solicitado acesso a documentos sigilosos. O jornalista também nega ter pago pelas informações para produzir um suposto dossiê. “Em momento algum Amaury admitiu ter quebrado ou encomendado a quebra do sigilo fiscal”, afirmou seu advogado Adriano Bretas.

Em nota divulgada à imprensa, assinada pelo jornalista, ele diz ter obtido “de forma legal” documentos referentes aos anos de 1998 a 2002 relativos à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Banestado, que continham dados de tucanos.