Temer deixa a presidência da Câmara e diz que colegas terão portas abertas

Antes de sua diplomação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB) renunciou nesta quarta-feira (15) à presidência da Câmara dos Deputados, ocupada por ele três vezes. O peemedebista prometeu “levar no coração o Poder Legislativo” e deixar "portas abertas" aos colegas quando assumir o cargo em 1º de janeiro, ao lado da presidente eleita, Dilma Rousseff.

“Eu venho apresentar minha renúncia à presidência da Câmara e não poderia fazê-lo sem me despedir solenemente. Particularmente tenho me despedido de todos, mas quero que fique registrado nos anais desta casa o quanto eu devo ao Poder Legislativo brasileiro”, disse ele, que será substituído pelo 1º vice-presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). O petista deverá ocupar o cargo também no biênio 2011-2012.

Deputado federal em mandatos sucessivos desde 1987, Temer disse que sempre teve apoio da situação e da oposição para presidir a Câmara. O primeiro e o segundo mandatos dele na Casa vieram no governo Fernando Henrique Cardoso: biênios 1997-1998 e 1999-2000. O terceiro mandato veio em 2009. A sucessão do peemedebista seria feita na posse do novo Congresso, em fevereiro.

“Deus me deu a graça de que ao ocupar determinado cargo você deve representá-lo adequadamente. O presidente da Casa não é líder do governo nem da oposição”, afirmou, em meio a elogios aos colegas. “Hora acertamos e hora erramos. Em geral, nós só acertamos”, disse Temer, horas depois de os parlamentares concederem a si mesmos um reajuste salarial de quase 62%, para R$ 26,7 mil.

Temer disse ter tristeza e saudade ao deixar “a grande casa produtora da redenção nacional”. Admitiu que chegou à Câmara com visão “elitista”, mas aprendeu a respeitar as aspirações populares com colegas deputados. “Eu aprendi muito nesta casa. Foi aqui que aprendi a ficar cada vez mais humilde”, afirmou. “Eu devo a este Parlamento toda a minha vida pública. Levo a saudade, que será compensada pelas visitas.”