Topo

Ainda se consome mais eletrodomésticos do que cultura, diz ministra Ana de Hollanda

A cantora Ana de Hollanda, irmã de Chico Buarque, assumiu o Ministério da Cultura  - Sergio Lima/Folhapress
A cantora Ana de Hollanda, irmã de Chico Buarque, assumiu o Ministério da Cultura Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Fábio Brandt

Do UOL Notícias<br>Em Brasília

03/01/2011 21h01Atualizada em 03/01/2011 22h24

A nova ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse hoje (3), que “é preciso ampliar a capacidade de consumo cultural” dos brasileiros que estão ascendendo socialmente. Segundo ela, até o momento, “essas pessoas têm consumido mais eletrodomésticos e menos cultura”. Irmã de Chico Buarque, Ana assumiu o Ministério em cerimônia realizada no início da noite.

Suplicy cai no samba em posse de ministra

Apesar da crítica, a ministra destacou que a gestão da cultura no governo Lula deixa um “legado positivo, de avanços democráticos”. Para ela, a marca do governo recém terminado foi criar políticas culturais para segmentos sociais até então desconsiderados”.

Ana disse também que vai dar continuidade a projetos como os pontos de cultura e assegurou que a pasta vai participar de ações previstas no PAC 2, como obras em cidades históricas, equipamentos de lazer e bibliotecas. “A solução é continuar a grande obra do presidente Lula”, disse a ministra, para logo em seguida advertir, “mas [a presidente Dilma] nunca deixou de dizer com todas as letras que continuar não é repetir, continuar é avançar num processo construtivo”.

Ela ainda citou Dilma uma outra vez, quando lembrou que o Ministério é comandado por uma mulher pela primeira vez, assim como a Presidência.

O ex-ministro Juca Ferreira (PV), que passou o cargo para Ana de Hollanda, também discursou na cerimônia. Assim como a sucessora, indicou que a política cultural no país mudou na era Lula.

Para Ferreira, “no governo lula a cultura passou a ser tratada como necessidade primeira, como comida, saúde”. “Fizemos de um ministério inexpressivo herdado dos governos anteriores um instrumento poderoso para artistas, produtores culturais”, afirmou.

Plateia

Entre os presentes, artistas, deputados, senadores, familiares da nova ministra e representantes de diversas embaixadas, incluindo a da Itália – cujas relações com o Brasil ficaram tensas por causa do asilo concedido a Cesare Battisti no último dia do governo Lula, 31 de dezembro.

Chico Buarque, o irmão ilustre, não compareceu. Após o fim do evento, Ana de Hollanda explicou que ele não costuma sair muito de casa. “É público e notório”, disse.

Diferentemente das cerimônias de transmissão de cargo da maioria dos ministérios, a da Cultura ocorreu fora da sede da pasta – no Museu Nacional de Brasília. Além disso, o início da cerimônia foi precedido por apresentação de grupo de dança típico do norte do país e por uma mini-apresentação de escola de samba, cuja entrada foi acompanhada pelo senador Eduardo Suplicy, dançando ao lado das rainhas de bateria.