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Convite para reunião com Dilma não veio porque o bom senso prevaleceu, diz líder do PDT

Camila Campanerut<BR>Do UOL Notícias <BR>Em Brasília

02/03/2011 19h37

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Giovanni Queiroz (PA), negou que tenha se sentido “rejeitado” pelo governo federal por ter sido o único representante da base governista que não participou da 1ª reunião com a presidente da República, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto e reafirmou a permanência da legenda no grupo de apoio do governo.  

“O convite não veio porque o bom senso prevaleceu. Eu não tinha razão de receber [o convite]. Eu, como parlamentar, votei nos R$ 560 [na proposta de reajuste do salário mínimo]. Não tinha porque ir lá, para comemorar algo que não comemorei”, afirmou ao UOL Notícias. O PDT não seguiu a orientação governista pela proposta do salário mínimo de R$ 545. A legenda, ao lado dos movimentos sindicalistas, apoiava o valor de R$ 560, derrotado tanto na Câmara quanto no Senado.

Queiroz disse ainda que, caso fosse convidado, não iria. “Ser convidado e não aceitar causaria um desconforto, um constrangimento. Não iria participar de uma festa que não é a minha. Não me senti rejeitado, estão me tratando muito bem no governo.”

O parlamentar afirmou que não há temor por retaliações. “Nós fomos o primeiro partido a estender a mão para a campanha da Dilma. Quem é aliado, não é subordinado e aquilo que contraria as ideias do partido, nós não vamos seguir”, completou o pedetista.

O deputado afirmou que não há nenhuma articulação da legenda com a oposição e não quis adiantar a estratégia do partido para o segundo embate do governo no Congresso: a medida provisória que corrige a tabela do Imposto de Renda –o governo já sinalizou que deve mandá-la para votação com um índice de 4,5%, equivalente ao centro da meta da inflação para o ano.

O deputado pedetista e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, já disse que brigará por um índice de 6,47% –baseado na inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado.

“O Paulinho é o líder de uma das maiores centrais sindicais do Brasil, mas o partido é um pouco diferente. Vamos aguardar a medida vir, enquanto isso os nossos técnicos estão estudando em qual índice nos vamos apoiar”, afirmou Queiroz.