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Conselho de Ética da Câmara começa ano com representação contra Jaqueline Roriz

Maurício Savarese <br>Do UOL Notícias <br>Em Brasília

16/03/2011 16h19

Em sua primeira reunião na atual legislatura, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebeu nesta quarta-feira (16) uma representação contra Jaqueline Roriz (PMN-DF). Filha do ex-governador Joaquim Roriz, ela foi flagrada em um vídeo no qual apanha dinheiro de origem suspeita – ela afirma que se tratava de caixa dois eleitoral.

A representação foi movida pelo PSOL, com base no vídeo em que a deputada aparece ao lado do marido, Manoel Neto, embolsando dinheiro das mãos do então secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa. Ela teria recebido R$ 50 mil do ex-aliado de seu pai, direcionados à campanha eleitoral de 2006.

Barbosa foi pivô do escândalo que derrubou em 2010 o governador José Roberto Arruda, na época filiado ao DEM. Integrante do esquema de corrupção que fraudava licitações no Distrito Federal, o ex-secretário, que divulgou as imagens de Jaqueline apenas recentemente, conta com o benefício da delação premiada para entregar seus comparsas.

Apesar dos indícios, parlamentares dizem que Jaqueline pode evitar a cassação por ter cometido o delito antes de assumir seu mandato atual. Por isso, adversários da deputada já se movimentam para que ela seja julgada de qualquer maneira.

“Queremos investigação pública no Conselho de Ética. Mas também queremos levá-la à corregedoria para um julgamento sumário por mau uso da verba indenizatória já nesta legislatura”, disse Chico Alencar (PSOL-RJ).

O deputado Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) fez coro. “Nós botamos todo mundo para fora [quando foi descoberto o mensalão do Democratas]. Quero saber quem no Brasil fez isso. Quero ver se o partido da deputada vai fazer isso agora. Porque o DEM já pagou a conta e não merece ser rotulado por algo que aconteceu dez anos atrás”, disse.

Na mesma sessão, os membros do Conselho reelegeram José Carlos Araújo (PDT-BA) como presidente do órgão.