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Lesão no joelho faz Chávez adiar visita ao Brasil

Maurício Savarese <br>Do UOL Notícias<br> Em Brasília

09/05/2011 21h39

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, adiou a visita que faria nesta terça-feira (10) ao Brasil por conta do agravamento de uma lesão no joelho. A informação é da embaixada venezuelana no país. Uma nova data para o giro que também incluiria Equador e Cuba será divulgada mais para frente. 

Depois da confirmação da embaixada venezuelana, o Itamaraty divulgou nota para informar que chanceler do país vizinho, Nicolás Maduro, alertou sobre o adiamento ao chegar a Brasília no início da noite. O Palácio do Planalto confirmou o adiamento da visita e disse que a agenda da presidente sofrerá alterações a serem anunciadas mais tarde.

No domingo (8), Chávez participou da entrega de casas em um conjunto habitacional em seu país quando sentiu uma sobrecarga em seu joelho. O problema já havia sido detectado outras vezes e forçou o mandatário a guardar repouso no Palácio Miraflores, em Caracas.

A visita de Chávez ao Brasil aconteceria no momento em que a presidente Dilma Rousseff reforça laços com os Estados Unidos, país adversário do governo venezuelano. Estava prevista uma cerimônia discreta, com almoço entre os dois líderes no Palácio da Alvorada, apenas com a presença de ministros dos dois países.

Dilma e Chávez se conhecem bem desde os tempos em que a atual ocupante do Palácio do Planalto era ministra de Minas e Energia. A área é responsável pela maior parte das ações conjuntas dos dois países, mas no encontro dos dois mandatários também estariam em pauta questões de comércio, agricultura, serviços bancários e integração amazônica. Ao menos 17 acordos seriam assinados.

O comércio entre os dois países foi de aproximadamente R$ 8 bilhões em 2010, sendo a maioria disso em exportações brasileiras: R$ 6 bilhões. Além disso, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, teria foco nos debates entre os dois. Até agora, apenas a Petrobras investiu na obra, enquanto a PDVSA, estatal venezuelana parceira do projeto, está em falta com R$ 400 milhões para concluir as obras.

A visita também teria o objetivo de manter a regularidade dos encontros entre Lula e Chávez ao longo dos últimos oito anos. Por iniciativa do brasileiro, os dois se reuniam ao menos uma vez a cada três meses para estreitar laços regionais. Dilma já antecipou que irá a Caracas em julho para integrar discussões da Calc (Cúpula da América Latina e do Caribe), que organizar de ações na região.