Sessão que vota afastamento de prefeito é marcada por tumulto em Campinas (SP)
A sessão da Câmara Municipal de Campinas (93 km de São Paulo), que vota nesta noite o afastamento ou não do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT), é marcada até agora por tensão e tumulto entre manifestantes. Guardas municipais chegaram usar gás de pimenta para impedir a invasão do plenário.
Vereadores favoráveis ao afastamento do prefeito afirmaram que manifestantes pró-dr. Hélio presentes no plenário da Câmara “receberam R$ 30,00” cada um para ir ao local e pressionar os vereadores a votarem contra o afastamento do prefeito.
Houve bate-boca dentro e fora do plenário e o clima se acirrou entre manifestantes contrários e a favor do afastamento do cargo durante o processo de impeachment –previsto para durar até 31 de agosto. O presidente da Câmara, Pedro Serafim (PMDB), ameaçou suspender a sessão caso o tumulto continuasse.
Pelo menos 300 pessoas lotaram o plenário. Outras cerca de 200 ficaram do lado de fora e assistiram à sessão em um telão. Manifestantes favoráveis ao afastamento do prefeito usaram nariz de palhaço e levaram cartazes contra o prefeito com dizeres como “fora dr. Hélio”.
Após ver o alto escalão de seu governo e sua mulher, Rosely Nassim Jorge Santos, envolvidos em uma investigação sobre corrupção, o prefeito passou enfrentar um processo de impeachment, que foi aberto no dia 23 maio. O vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT) chegou a ser preso há duas semanas. Ele teve a prisão preventiva decretada novamente na semana passada. Ontem, o Tribunal de Justiça de São Paulo revogou a prisão preventiva de sete denunciados –todos ex-integrantes da administração do pedetista.
“Vocês são uns vendidos. Foram comprados por R$ 30,00 para vir aqui se manifestar a favor do prefeito. O que vocês querem? Manter o seus empreguinhos de funcionários públicos?”, questionou o vereador Petterson Prado (sem partido), que apoiou o afastamento do prefeito.
Prado afirmou ainda que o trio-elétrico levado por manifestantes para a frente da Câmara por manifestantes “foi pago com o dinheiro da corrupção”.
O vereador Polizador (PMN) chegou a chamar os manifestantes favoráveis ao prefeito de “massa e manobra”.
Já o vereador Josias Lech (PT), da base aliada de dr. Hélio, alegou que "os sérios problemas estão sendo resolvidos na Justiça" e citou uma decisão do desembargador Fábio Poças Leitão, do Tribunal de Justiça, que escreveu, em seu despacho para revogar a prisão de sete envolvidos, que "houve abuso de poder" em Campinas. O petista ainda enfatizou o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governo municipal.
O vereador Jairson Canário (PT) também defendeu dr. Hélio e desafiou a oposição e o Ministério Público a mostrarem "provas contra o prefeito". Dr. Hélio já negou envolvimento no esquema de corrupção detectado na cidade.
Até as 19h30, a sessão continuava na Câmara.
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