"Não dá para suprir as necessidades", diz líder do PP sobre cota parlamentar
No topo dos gastos com alguns dos itens da cota parlamentar, os líderes partidários na Câmara Lincoln Portela (PR-MG), Nelson Meurer (PP-PR) e ACM Neto (DEM-BA) afirmaram que gastam dinheiro do próprio bolso para cobrir despesas com seu mandato. Eles disseram ao UOL Notícias que assumem custos do mandato sem repassá-los aos cofres públicos.
Na 24º posição na lista geral de gastos para o período entre fevereiro e junho, o líder do PP, Nelson Meurer, afirmou que pediu ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), o aumento da cota de atividade parlamentar em pelo menos R$ 5.000. "As minhas despesas ultrapassam os R$ 30 mil que tenho. Eu no Paraná atendo 90 municípios. Tem deputado que atende 20. Não está dando para suprir as necessidades", disse.
Para o item divulgação de mandato, Portela diz que a cota é "mais do que suficiente". No entanto, ele diz bancar outros custos porque fazer política exige muitas vezes a companhia da família em viagens ao interior e isso sai do seu salário, atualmente de R$ 26,7 mil. "Quando eu vou ao restaurante, por exemplo, peço nota só do que eu gasto. Pode ser uma reunião de trabalho, mas eu só peço o meu reembolso e pago a conta", afirmou.
Para diminuir os gastos da Câmara com verba indenizatória, ele sugere limites para alguns deles, como acontece nos casos dos combustíveis e do serviço de segurança - cujo teto é de R$ 4.500 por mês, sem cumulatividade. "Mas o importante mesmo é que essa cota seja usada de forma cristalina", disse ele, o 19º lugar na lista geral de gastos para o período entre fevereiro e junho.
Meurer afirmou que a cada mês corta um dos gastos permitidos pela verba indenizatória para não extrapolar o limite concedido pela Câmara. "A cota para mim está sendo pouco. Vocês podem verificar que desde o ano passado para cá eu tenho pouca despesa de passagem aérea, por exemplo. Essa eu pago do meu bolso. Só ali eu gasto 5.000 reais", afirmou.
Em 261º lugar na lista geral de gastos com cota parlamentar, mas no topo do uso de verba com escritório político, ACM Neto afirmou os números decorrem de uma atuação presente tanto em Brasília como em sua base eleitoral. "Cada um tem suas prioridades. Mas eu não tenho como colocar ali toda a minha despesa com avião, com deslocamento para o interior. Uma parte eu tenho de fazer com esforço pessoal, familiar", disse.
O líder do DEM afirmou que tem "a mais profissional e organizada estrutura de todos os deputados da Bahia" e que isso "dá consistência e qualidade para o trabalho". "O problema da verba indenizatória não está no critério que o parlamentar define. Está em saber de fato se o recurso está sendo aplicado", disse ele.
* colaborou Cíntia Baio, do UOL Notícias em São Paulo.
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