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Pressionado, Jobim ouviu reprimenda de Dilma, mas não se propôs a sair

Maurício Savarese

Do UOL Notícias <br> Em Brasília

03/08/2011 18h31

Pela segunda vez em cerca de um mês, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi nesta quarta-feira (3) ao Palácio do Planalto para explicar declarações públicas que deu à presidente Dilma Rousseff. Chegou por volta das 11h30 e uma hora e quinze minutos depois foi mantido no cargo sem tê-lo colocado à disposição, apesar das críticas que ouviu da sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva, principal defensor do peemedebista na pasta.

Na semana passada, em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, do UOL e da Folha de S.Paulo, o ministro da Defesa afirmou que na corrida presidencial votou em José Serra (PSDB). Jobim tem o tucano como padrinho de casamento e não participou da campanha no ano passado em nenhum momento. Para a presidente, pesou ainda mais a declaração de que o tucano teria promovido a mesma faxina na pasta dos Transportes.

No início de julho, Jobim foi chamado ao Palácio do Planalto para explicar declarações que deu na festa de aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em uma parte do discurso, ele disse que o tucano “nunca levantou a voz para ninguém” e “nunca criou tensionamento entre aqueles que assessoravam”, o que foi entendido por palacianos como uma crítica ao estilo duro de Dilma com seus ministros.

Jobim já era visto como um dos fortes candidatos a deixar o cargo na provável reforma ministerial do início de 2012, ano de eleições municipais. Depois da reunião com a presidente, ele seguiu para São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para visitar instalações militares. Junto dele estão o vice-presidente Michel Temer e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.