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Por histórico de violência em eleições, plebiscito do Pará terá tropas federais em 16 municípios

Carlos Madeiro

Especial para o UOL Notícias, em Belém

04/12/2011 12h00

A preocupação com os ânimos acirrados da população e possíveis crimes eleitorais levou as autoridades do Pará a pedirem apoio de tropas federais para 16 municípios durante o plebiscito que vai decidir pela criação ou não dos Estados de Tapajós e Carajás. A votação acontece no próximo dia 11, das 8h às 17h.


Apesar das poucas ocorrências registradas até o momento, o MPE (Ministério Público Eleitoral) se diz preocupado com o acirramento dos ânimos às vésperas e no dia da votação. Até o momento, 12 representações estão sendo analisadas por juízes eleitorais do Estado, a maioria por propaganda irregular.

Segundo o procurador regional eleitoral Daniel César Azeredo Avelino, o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, que teve início no dia 11 de novembro, serviu para acirrar o clima entre as frentes a favor e contra a divisão do Pará, que até então estava tranquilo.

Na eleição de 2010, por exemplo, a compra de voto ocorreu basicamente no dia ou na véspera da cotação, e vamos estar de olho. E essa eleição envolve um aspecto bem mais perigoso. Enquanto a outra votação ocorre de dois em dois anos, essa é definitiva

Daniel César Azeredo Avelino, procurador regional eleitoral

“Nossa preocupação é justamente com essa etapa final, pois esperamos um acirramento maior dos ânimos. Na eleição de 2010, por exemplo, a compra de voto ocorreu basicamente no dia ou na véspera da cotação, e vamos estar de olho. E essa eleição envolve um aspecto bem mais perigoso. Enquanto a outra votação ocorre de dois em dois anos, essa é definitiva. Esse caráter irreversível pode trazer um acirramento”, afirmou.

Avelino explica que o histórico de violência aponta para a necessidade de uma presença de forças federais no Estado na véspera e no dia da votação. “No Estado do Pará, as questões de pistolagem e ameaça são comuns nessa época eleitoral, e nos obrigam a trabalhar com prevenção. Existe também a intimidação irregular. Sem contar que temos muitos locais de difícil acesso, que só se chega de barco”, contou.

ONDE FICA

  • Arte UOL

O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Luiz Fernandes, afirma que o plano de segurança para a votação já está pronto e prevê o uso de todo efetivo e o deslocamento de policiais de Belém para o interior. Para ele, a preocupação com o plebiscito “é grande”.

“Nós que encaminhamos o documento ao TRE e ao TSE solicitando as tropas federais nos municípios que têm os maiores históricos de problema ou com número de policiais menores. Já temos o plano concluído para reforçar o policiamento. Serão deslocados policiais da capital para o interior. A região de Carajás terá um reforço maior, já que naquela região o clima deve ser mais tenso. Lá temos muitos moradores de fora do Estado”, disse.