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Marinor Brito diz não ter sido ouvida pelo STF e mandará advogado à posse de Jader Barbalho

Senadora Marinor Brito (PSOL-PA) manifesta indignação em discurso de despedida do Senado - Geraldo Magela/Agência Senado
Senadora Marinor Brito (PSOL-PA) manifesta indignação em discurso de despedida do Senado Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Da Agência Senado, em Brasília

27/12/2011 18h06

O advogado de Marinor Brito (PSOL-PA), André Maimoni, anunciou que estará presente à cerimônia a ser conduzida pela Mesa do Senado nesta quarta-feira (28), às 15h, para a posse de Jader Barbalho PMDB-PA). Maimoni pretende conseguir o adiamento da solenidade por meio da apresentação de requerimentos.

Marinor Brito, que exerceu o mandato por onze meses, beneficiada pela primeira interpretação da lei da Ficha Limpa, alega não ter exercido plenamente seu direito de defesa no processo que culminou com a diplomação de Jader. Ela impetrou mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal invocando esse direito.

Beneficiado pela interpretação definitiva dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Lei da Ficha Limpa, Jader assume um mandato de sete anos e um mês. Marinor sustenta estar sendo vítima de um processo atípico no que se refere ao rito de posse estabelecido para Jader.

“Em nenhum momento tive o direito de ser ouvida pelo Supremo Tribunal Federal nesse processo que agora beneficia o ex-deputado Jader Barbalho. O advogado dele foi ouvido no processo em vários momentos. O meu advogado não teve o direito de manifestar-se em momento algum. Como se meus votos limpos tivessem algum questionamento jurídico, como se eu não tivesse sido diplomada, empossada e exercido com dedicação esses onze meses de mandato”, disse Marinor.

Os dois requerimentos, apresentados oralmente na semana passada por seu advogado, focam dois quesitos: conhecer a ata da reunião da Comissão Diretora do Senado que reconheceu o direito de Jader Barbalho e solicitar que o Senado restabeleça o rito praticado no processo de João Alberto Capiberibe (PSB-AP), empossado no mês passado, quando foi ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Casa.

“A gente percebe que houve um procedimento excepcional no caso de Jader Barbalho. Marinor não pôde manifestar-se em nenhum momento do processo, apesar do seu notório interesse na causa. Esse rito obrigatório, constitucional - o da manifestação da defesa - não foi cumprido nem pelo STF, nem pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará”, afirmou André Maimoni.

O mandado de segurança protocolado nesta segunda-feira (26) junto ao STF questiona o rito adotado pela Mesa do Senado. Entre outras questões, André Maimoni deseja saber se a Comissão Diretora pode dar posse a senador durante o recesso. Enquanto o advogado se movimenta em Brasília, Marinor aguarda os fatos em Belém.

“Apesar deste momento que não é fácil para o povo brasileiro, para o povo paraense, estou aqui, esperando. Aqui no Pará, as pessoas botam a cabeça para fora do ônibus, dizendo para eu não desistir. Apesar desse momento difícil, da impotência para reagir, eu estou de cabeça erguida, com o sentimento do dever cumprido e firme para continuar lutando pela ética na política.”