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Ministro nega irregularidades e diz que saiu da sociedade de quatro empresas

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), novo ministro das Cidades, tomou posse nesta segunda - Agência Camara
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), novo ministro das Cidades, tomou posse nesta segunda Imagem: Agência Camara

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

06/02/2012 21h22

O recém-empossado ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), respondeu na noite desta segunda-feira (6) às acusações feitas recentemente pela imprensa sobre um suposto favorecimento a familiares e a omissão de declaração de empresas suas à Justiça eleitoral. Ribeiro recebeu o cargo de Mário Negromonte (PP) em cerimônia no final da tarde de hoje, no Palácio do Planalto, mas durante seu discurso e ao final do evento não quis comentar os casos.

“Não há nenhum problema que eu participe de uma empresa, mas, para fazer o gesto político, eu me retirei hoje de todas essas sociedades”, afirmou Ribeiro ao deixar a cerimônia de transmissão de cargo na sede do Ministério das Cidades.

Reportagem de ontem da “Folha de S.Paulo” mostrou que o novo ministro ocultou da Justiça Eleitoral nas últimas eleições o fato de ser dono de quatro empresas –duas delas têm atuação na área da construção civil e incorporação de imóveis, atividades ligadas ao ministério que ele comandará.

Com relação a não divulgação de dados à Justiça, Ribeiro afirmou que deve ter ocorrido algum “equívoco” por parte de algum assessor responsável pela tarefa. “O que pode ter acontecido, eu nem chequei isso, pode ter sido um equívoco da pessoa que fez a informação, mas está tudo registrado na Receita Federal”, alegou o ex-líder do PP da Câmara dos Deputados.

A Folha também mostrou que Ribeiro é dono de duas emissoras de rádio no interior da Paraíba que foram registradas em nome de empregados. Sobre as rádios, Ribeiro assumiu serem de propriedade de sua família e disse que ele era sócio-participante e não “sócio-gestor” das empresas.

Já uma reportagem do jornal "Estado de S.Paulo" afirmou que Ribeiro emprega em seu gabinete na Câmara um primo de primeiro grau, o engenheiro Roberto Ribeiro Cabral, nomeado para o cargo de secretário parlamentar. Ao comentar o caso, o ministro afirmou, sem constrangimentos, que não há um, mas dois primos deles que atuam como funcionários dele.

“Os primos que trabalham no gabinete são dois, dois servidores públicos federais. Um é da Embrapa [Roberto Ribeiro Cabral] e outro [Alina Ribeiro Barbosa] do TRT [Tribunal Regional do Trabalho]. Concursados, à disposição do meu gabinete, dentro da legalidade da súmula 13 [de 2008] do Supremo Tribunal Federal”, afirmou, referindo-se

Em nota, Ribeiro argumenta que a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre nepotismo não alcança primos. A regra proíbe a contratação de parentes até o terceiro grau, mas primos seriam considerados de quarto grau, uma vez que avós são de primeiro grau..

Ribeiro também é acusado de favorecer politicamente outros membros de sua família. Em maio do ano passado, Ribeiro enviou uma indicação para Negromonte incrementar o programa Minha Casa, Minha Vida em Pilar (PB), município administrado por sua mãe, Virgínia Maria Veloso Borges. O novo ministro teria ainda destinado cerca de R$ 800 mil em emendas para a cidade de Campina Grande (PB), onde sua irmã é pré-candidata à prefeitura neste ano.

O ministro considerou como “ridículas” as acusações porque o atual prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto, é adversário político dele e da irmã, Daniela Ribeiro, pré-candidata e concorrente de Neto nas eleições de outubro. “A questão das emendas que tentaram colocar é uma coisa até, me desculpe, ‘ridícula’ porque o prefeito de Campina Grande é meu adversário político. A emenda que eu coloquei é para a minha cidade [Campina Grande] e a minha irmã é candidata contra ele, se fosse assim, eu teria jogado contra mim”, finalizou.

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